Depois de chamar o Governador Waldez de líder maior e fazer uma parceira de anos, Jaime Nunes, tenta enganar a população com discurso mentiroso dizendo que não é político profissional e sim administrador.
Jaime Nunes fazendo jus a frase quem nunca mentiu que atire a primeira pedra
Por Richard Duarte
O empresário do setor varejista de eletrodomésticos Jaime Nunes, pré-candidato ao governo do estado pelo PSD, não consegue criar uma identidade própria para desvincular sua imagem do cargo de vice-governador. É o que mostra um vídeo, em circulação nas redes sociais nas últimas semanas, em que Nunes protagoniza críticas virulentas ao titular do cargo, Waldez Góes (PDT), procurando se apresentar como alternativa para o governo apostando numa suposta eleição em outubro.
Nas imagens, gravadas durante as eleições gerais de 2018, o empresário e dublê de político surge em primeiro plano chamando o pedetista de "líder maior". Interessante, conforme notaram observadores do cenário político atual, é que Jaime Nunes aponta as qualidades de Waldez em frases como "compromisso e sensibilidade com o estado do Amapá", e agora identifica erros hipotéticos na gestão da qual faz parte.
"É bastante contraditório", assinala Mário Sérgio M. de Lima, sociólogo e cientista político, fazendo alusão às declarações do empresário de três anos e meio atrás em comparação ao seu atual comportamento, típico, assinala, de quem não tem convicção político-ideológica. "Nunes pratica a política da pusilanimidade", completa. E prossegue. "Demonstra disposição para firmar tratativas com quem lhe parecer conveniente. Pelo jeito, é capaz de qualquer coisa para se eleger governador."
Surpreende a desfaçatez de Jaime Nunes, destaca o especialista, ao acompanhar seu atual discurso veiculado no vídeo em circulação nas redes sociais. "Eles são a continuidade de tudo o que está aí", afirma Nunes. "São os políticos profissionais que querem se manter no poder. Eu não sou um político profissional", enfatiza o empresário, esquecendo de acrescentar em seu arrazoado que está oficialmente na política partidária local desde 2010, tempo suficiente para que alguém, pleiteante de cargo público por meio do voto, seja classificado como "político profissional".
Embora tente tergiversar, amalgamando a verdade para apresentar-se como um "simples administrador", Nunes carrega em sua essência a vontade de ser "um igual" aos demais políticos. "Quando afirma que não é um político profissional, é porque, no fundo, sonha em sê-lo", aponta o sociólogo e cientista político. "Ele está equivocado. Mandato não é ofício e muito menos emprego público, sequer cargo hereditário", ressalva M. de Lima.