Semin começa a implantar os três pilares do Plano de Governo da gestão Clécio Luís para o setor da mineração no Amapá 

Semin começa a implantar os três pilares do Plano de Governo da gestão Clécio Luís para o setor da mineração no Amapá 

 

Por Redação 

 

 

Segunda parte da entrevista com o secretário de Estado da Mineração Jotávio Borges Gomes

 

PARTE II

 

 

Durante a campanha eleitoral para o governo do Amapá, o então candidato Clécio Luís estabeleceu três pilares para o segmento da mineração no Estado. O primeiro deles tem como proposta o fortalecimento do programa de desenvolvimento do setor, com incentivo às atividades cooperativas e mineração industrial.

 

Para a implementação dessa fase inicial, a Secretaria de Estado de Mineração (Semin) começou a reunir informações, coletadas a partir de estudos já realizados pela Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), empresa do governo federal dedicada à pesquisa geológica em todo o País.

 

Conforme o titular da pasta, Jotávio Borges Gomes, o Amapá detém depósitos minerais valiosos como o ouro, a prata, o cromo, o níquel, o cobre, o zinco, o ferro e o manganês. Além desses minerais relacionados, prossegue ele, outros de grande valor também despertam interesses comerciais, como tantalita, tório e torianita, que contém urânio. O problema maior, explica, é elaborar um projeto de prospecção e extração sem infligir qualquer dano ao meio ambiente.

 

É com este objetivo que Borges Gomes, um geólogo e geofísico renomado, com vasta experiência no setor, vem alinhavando seu plano de trabalho desde que assumiu a Semin a convite do governador Clécio Luís. “Neste primeiro momento, estamos em fase de conclusão para assinarmos um convênio com a CPRM para transferência de conhecimento. Esse acordo nos ajudará sobremodo já que a empresa guarda estudos importantes sobre o potencial da mineração no Amapá”, explica.

 

O segundo pilar do plano de governo, que trata da mineração e desenvolvimento local, pretende implantar o “Plano Estadual de Agregados Minerais” (agregados minerais são as substâncias mais consumidas no Brasil e no mundo) para uso econômico e ordenamento territorial da atividade no Amapá. Dentro dessa abordagem, acrescenta Gomes, as ações da Agência Nacional de Mineração (ANM), desenvolvidas ou em andamento no Estado, serão imprescindíveis para a formatação das medidas vindouras que serão anunciadas pela Semin para exploração desses potenciais em áreas de Domínios Geotectônicos da Cobertura da Plataforma, com suas sequências sedimentares, que representam 28,5% da área estadual, abrangendo as regiões leste e sul do estado.

 

Entende-se por domínios geotectônicos reservas de caulim em plena exploração em Vitória do Jari; argila e saibro explorados no entorno da região metropolitana de Macapá/Santana; indícios de reservas de bauxita nos municípios de Mazagão, Laranjal do Jari e Vitória do Jari; e concessões em curso para sondagem e exploração de petróleo nos blocos da costa marinha dos municípios de Oiapoque e Calçoene.

 

E o terceiro pilar descrito no Plano de Governo de Clécio Luís anuncia a implantação dos distritos minerais em Lourenço e Vila Nova, entre outros. Sobre este tema, Jotávio Borges Gomes comenta que a Semin já começa a ser procurada por empresas e pessoas físicas interessadas em saber mais sobre os recursos minerais do Amapá. Nos últimos sete meses, revela ele, o número de informações fornecidas para esses interessados vem aumentando e isso é bom, assevera, porque representa a importância que a secretária vem ganhando dentro do segmento.

 

Um deles, o Distrito Aurífero de Lourenço, localizado na região centro-norte do Amapá, já foi amplamente estudado pela pesquisadora Sônia Nogueira, do Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo. 

 

Segundo Nogueira, a região do distrito, localizado dentro do município de Calçoene, a 274 quilômetros de Macapá, insere-se na Província Geocronológica Maroni-Itacaíunas, de idade Paleoproterozóica, ou seja, compreendida entre 2,5 milhões e 1,6 milhão milhões de anos, aproximadamente.

 

Portanto, e apesar do tempo, ainda com grande potencial aurífero.