Prefeiturável Paulo Lemos foi a voz do povo contra a privatização da CEA enquanto Antônio Furlan fez de tudo pela privatização
Defensor da privatização da CEA quando era deputado, hoje Antônio Furlan tenta esconder esse passado obscuro
Por Redação
"Este Parlamento [Assembleia Legislativa do Amapá] precisa examinar essa questão de maneira detalhada". A "questão" a que se referia o deputado estadual Paulo Lemos (Psol) na manhã de 5 de abril de 2017 durante sessão na AL relacionava-se com o Projeto de Lei (PL) 007/2017, do governo do estado, pedindo autorização para dar início ao processo de privatização da Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA). O governo do estado à época era conduzido pelo hoje ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes (PDT).
Lemos, atual secretário de Administração do governo Clécio Luís, declarou-se contrário à privatização e afirmou que, em vez disso, preferia a federalização como forma de reduzir os danos. "Ao federalizar, teremos o apoio da bancada federal para discutir o prejuízo que o Amapá sofreu ao contrair um empréstimo de R$ 1,2 bilhão para esse propósito e não ter concluído o processo. A União terá que perdoar essa dívida", ressaltou.
O posicionamento do parlamentar provocou reações coléricas na bancada governista, liderada pelo também deputado estadual Antônio Furlan, o dr. Furlan, célebre porta-voz do palácio do Setentrião nos escaninhos da AL amapaense. Como defensor intransigente da privatização da CEA, Furlan ocupou a tribuna para arguir a manifestação de Lemos, insinuando que o psolista "remava contra a maré" do desenvolvimento social e econômico do estado.
Mas Paulo Lemos tinha boas razões para defender aquela posição. Privatizar um serviço essencial como o fornecimento de energia elétrica poderia resultar em consequências negativas para a população, especialmente aqueles que não têm condições financeiras de pagar tarifas mais altas impostas por empresas privadas.
Na ocasião, Paulo Lemos também destacou a importância estratégica da energia elétrica para o crescimento econômico do estado. "A Companhia de Eletricidade do Amapá tem um papel fundamental na economia local e na vida dos amapaenses, garantindo acesso confiável à eletricidade em áreas urbanas e rurais", assinalou ele.
Agindo igual marionete nas mãos de um titereiro ensandecido, Antônio Furlan, prefeito de Macapá desde as eleições de 2020, seguia cegamente as ordens de Waldez Góes. Ele acreditava que a privatização traria eficiência e melhorias necessárias ao progresso do Amapá. Em defesa dessa visão distorcida, argumentava que, com o desembarque de investidores privados, a concorrência aumentaria, levando a uma melhor qualidade do serviço, à redução dos custos de energia e à geração de mais emprego e renda.
Antônio Furlan estava enganado. Bem como também se equivocaram os que concordavam com ele. Hoje, no executivo da capital amapaense, está empenhado em esconder dos macapaenses que seis anos atrás, como preposto do governador, ficou na linha de frente defendendo a privatização da CEA.
O comerciante Aldeirson Mendonça, 64 anos, proprietário de uma mercearia localizada no bairro Jesus de Nazaré, Macapá, conta que já teve grandes prejuízos devido as constantes oscilações no fornecimento de energia elétrica. "É como se eles simplesmente não se importassem mais conosco. Em primeiro lugar, ocorreram apagões a torto e a direito, deixando as pessoas no escuro e sem serviços essenciais durante horas. E não nos esqueçamos das vertiginosas contas de eletricidade mensalmente cobradas pela CEA Equatorial. Parece que estamos sendo lesados agora que esta empresa está sob controle privado. Nos venderam a ideia de que as coisas iriam melhorar, mas, em vez disso, parece que nossas necessidades estão sendo negligenciadas enquanto o lucro da Equatorial é priorizado."