Bairros distantes do centro de Macapá são abandonados pelo Prefeito Furlan

Bairros distantes do centro de Macapá são abandonados pelo Prefeito Furlan
Zona sul de Macapá totalmente abandona pelo Prefeito Furlan

Por Redação 

 

 

Prejuízos materiais em carros, e até acidentes sofridos por transeuntes, estão entre os principais problemas enfrentados pela população

Moradores de bairros distantes do centro de Macapá acompanham, indignados, as obras de recapeamento de ruas e avenidas do centro da cidade implementadas pelo prefeito Antônio Furlan enquanto sofrem com buracos, lama e mato facilmente encontrados onde transitam diariamente.
Bairros como Jesus de Nazaré, Perpétuo Socorro, Pacoval, Cidade Nova e outros igualmente populosos não recebem o mesmo tratamento que Centro, Trem e Santa Inês, por exemplo, constantemente beneficiados com limpeza e recuperação de asfalto realizados pela Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura.
De norte a sul, ruas com buracos são encontradas nos bairros mais afastados do centro. São crateras que testam a habilidade e a paciência de motoristas e pedestres a fim de transpô-las. Ruídos nos veículos, seja na suspensão, carroceria ou descarga e defeitos nas suspensões dianteira e traseira, no balanceamento e alinhamento, rodas empenadas e pneus cortados estão entre prejuízos que mais chegam para reparos nas oficinas mecânicas e borracharias da cidade devido à irregularidade da massa asfáltica, aos buracos e aos meio-fios irregulares.


Na tentativa de amenizar o impacto dos veículos, em algumas ruas, os moradores preenchem os buracos com restos de material de construção e outros tipos de sobras. A medida ajuda, mas nada resolve, já que o próprio peso dos automóveis, caminhões e ônibus retira o entulho depositado com o passar do tempo, deixando o buraco exposto novamente. Em outros locais, a alternativa tem sido alertar os condutores com galhos de árvores, pneus, pedaços de pau com tecido pendurados e até carcaças de geladeira e fogão.
Em outro ponto da cidade, ruas e avenidas de bairros esquecidos pela gestão de Antônio Furlan são mais afetadas com as chuvas que continuam castigando a capital amapaense. Morador do Perpétuo Socorro, Jurandir Silva, 45, comentou sobre uma cratera na frente de sua garagem que o obrigou a deixar seu carro de aplicativo distante de onde mora por vários dias. “Eu tenho esse veículo, e ele precisou ficar na rua porque não dava para entrar na garagem. A situação é grave, pois há o risco do resto de asfalto desaparecer”, lamenta, afirmando: “Quando passa caminhão por aqui, a minha casa treme porque esta rua está uma calamidade.”
Na rua São Paulo, via que atravessa vários bairros da zona norte, existem trechos tão comprometidos que prejudicam sobremodo a trafegabilidade de veículos e pedestres. Em especial entre as avenidas Piauí e Ceará, vários buracos, alguns com a circunferência de quase dois metros, forçam motoristas a manobras arriscadas para evitar prejuízos, colocam em risco as vidas de quem caminha às proximidades. Igual a centenas de outras em Macapá, também não têm meio-fio. Quem segue em direção à rua Pacoval se depara com uma cratera que ocupa quase um dos lados da pista. “É um buraco profundo. Se a roda de um automóvel cair ali, vai dar trabalho para tirar, sem falar no prejuízo que o proprietário vai ter”, enfatiza o representante comercial Sandro Alves, 31.


Na Zona Sul, ao longo da rua Santos Dumont, vários pontos necessitavam de reparos. “Depois dessas últimas chuvas, a situação piorou. Alguns buracos já estão aqui há mais de três meses. É um desafio e um risco para os condutores. A Prefeitura esteve aqui recentemente, e alguns buracos foram tapados, mas outros foram deixados para trás. Precisamos de atenção das autoridades”, diz o morador Francisco Oliveira.
Cerca de 70% dos motoristas que procuram as oficinas mecânicas reclamam de ruídos em seus veículos, seja na suspensão, carroceria ou descarga. Conforme o mecânico Milton Tavares, esses problemas podem ser oriundos das falhas nas vias da cidade. “Quando colocamos o carro no elevador e realizamos vistoria, verificamos que o carro está cheio de vestígios por baixo, seja de esbarrada ou amassado. Por isso, afirmamos que a maioria desses defeitos são provenientes do piso irregular ou dos buracos”, explica. “Macapá já tem pisos danificados no asfalto há muito tempo, mas, com essas chuvas fortes, o assunto ficou um pouco mais sério.”
De acordo com Tavares, defeitos nas suspensões dianteira e traseira, no balanceamento e alinhamento, rodas empenadas e pneus cortados estão entre os problemas mais comuns nos veículos por conta das irregularidades nas ruas e avenidas. “Não são apenas os buracos que ocasionam problemas no carro. Os remendos que são feitos viram verdadeiros quebra-molas.”
Os custos de restauração das falhas apontadas variam de veículo a veículo, bem como da dificuldade para o conserto, que pode demorar até três dias.
Segundo o mecânico, ao se deparar com obstáculos nas vias, a tendência natural do motorista é frear bruscamente. No entanto, tal ação pode acarretar mais complicações, já que o impacto na suspensão do automóvel é maior. “A dica que eu posso dar é que as pessoas diminuam a velocidade dentro da cidade. Se andar acima de 40 ou 50 quilômetros por hora, está arriscando cair em um buraco e quebrar o carro”, afirma.
Ainda conforme Tavares, ao passar por uma situação inesperada, “o ideal é segurar bem o volante e deixar o carro pular, porque, com certeza, o impacto vai ser menor.”