Prefeito Furlan usa dancinhas de Rayssa Furlan para construir plano de poder familiar

Prefeito Furlan usa dancinhas de Rayssa Furlan para construir plano de poder familiar

Por Richard Duarte

 

 

Ninguém imaginava que o prefeito de Macapá, Antônio Furlan (Cidadania), eleito em 2020 com mais de 101 mil votos, fosse colocar em prática o seu projeto político familiar em tão pouco tempo de gestão.
O lançamento da candidatura ao Senado pelo MDB da primeira-dama da capital amapaense, Rayssa Furlan, descortinou para o quase um milhão de habitantes as verdadeiras intenções do chefe do executivo macapaense.
A jogada, cuidadosamente elaborada por ele com a anuência de Rayssa, apoiado pelo irmão, o promotor de Justiça João Furlan, e lastreado por grupos políticos distribuídos estrategicamente nos escaninhos da Prefeitura de Macapá, foi construída sustentada em dois pilares: as eleições municipais de 2024, quando lançaria a sua campanha de reeleição à Prefeitura de Macapá; e as eleições gerais de 2026, numa candidatura ao governo do Estado com Rayssa encastelada no Senado Federal.
Para alcançar esses objetivos, o grupo político comandado por ele precisava criar um inimigo vistoso. Não podia ser um inimigo qualquer. Esta oportunidade surgiu durante a operação deflagrada pela Polícia Federal no dia 29 de julho. Surpreendido por diligências em sua casa e em seu gabinete no Palácio Laurindo Banha, o prefeito vislumbrou a possibilidade de tirar proveito político do episódio, colocando-se como vítima de um complô tramado pelo senador Davi Alcolumbre (União Brasil).
O plano maquiavélico teve início horas após a ação policial, durante entrevista à Imprensa. Na fala de quase 15 minutos, responsabilizou Alcolumbre pelo constrangimento. "Fomos surpreendidos com uma articulação arquitetada pelo senador Davi e seu irmão, Josiel Alcolumbre. Os fatos são muito claros, lançamos Rayssa candidata ao Senado", disse ele, sugerindo que o senador teria agido nos bastidores das três esferas de poder, em Brasília, para prejudá-lo e impedir a candidatura de sua mulher.
Dessa forma, o ataque não foi um ato impensado como ele quis fazer parecer. Com essa manobra, dava à candidatura de Rayssa o inimigo político a ser vencido. A partir daquele momento, era "o nós contra eles". A intenção era transformar a médica dermatologista e ex-titular da Secretaria de Mobilização e Participação Popular de Macapá (Semopp) na "melhor opção" para o Senado aos olhos dos eleitores amapaenses combatendo um inimigo poderoso, ex-presidente do Senado, recriando inversamente a imagem do pequeno contra o gigante.
Segundo analistas políticos, o estratagema não se baseia somente no clientelismo, considerado a arte de enganar o povo com promessas vãs e outros recursos nada republicanos. Tem dois propósitos que começam a ser delineados com o avançar da campanha eleitoral para seu desfecho em 2 de outubro.
O primeiro é apresentar ao eleitorado uma candidata aparentemente sem atrelamentos com a chamada "velha política", por isso a escolha de Davi Alcolumbre para sparring por ser o candidato com mais chances de conquistar a única vaga do Estado no Senado. A segunda é mantê-la a todo custo fungando no cangote de Alcolumbre para, no caso de uma derrota nas urnas, usar os votos obtidos para barganhar cargos em nível federal.
Marinheira de primeira viagem no revoltoso mar político-partidário, Rayssa Furlan tem sido orientada por seu marido e titereiro a evitar, o máximo que puder, a participação em entrevistas e debates. Ele sabe que a primeira-dama não tem tanto conteúdo para enfrentar experimentados concorrentes como o próprio Davi Alcolumbre ou João Alberto Capiberibe (PSB).
Para compensar a enorme deficiência ideológica e política da mulher, Antônio Furlan vem apostando todas as fichas nos vestidos see de manga longa, curtos e transparentes, usados por Rayssa em festas noturnas, e nos requebros dela, como uma dançarina de pole dance, gravados em vídeos e usados na campanha eleitora
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