Jaime Nunes, paga uma fortuna a advogados para se livrar dos rigores da lei eleitoral, enquanto na quebrada a miséria e a fome predomina

Jaime Nunes, paga uma fortuna a advogados para se livrar dos rigores da lei eleitoral, enquanto na quebrada a miséria e a fome predomina

Por Richard Duarte 

 

 

Exatos 520 mil reais. Este foi o valor que o candidato ao governo do Estado pelo PSD, Jaime Nunes, recentemente repassou para um escritório de advocacia, em Macapá. Conforme declaração apresentada no Tribunal Regional Eleitoral do Amapá (TRE-AP), a bolada teria saído das contas do vice-governador para pagar "serviços advocatícios" não esclarecidos supostamente prestados à sua campanha eleitoral.
O valor transferido aos advogados hipoteticamente contratados pelo postulante ao Palácio do Setentrião, sede do executivo estadual, é uma "quantia irrisória" se comparada à fortuna declarada à Justiça Eleitoral durante o processo de registro de sua candidatura para as eleições deste ano.
Nas eleições de 2018, Nunes tinha R$ 21. 885. 903,00. Entre março de 2020 e março de 2022, ficou R$ 16,2 milhões mais rico do que era ao tomar posse em janeiro de 2019. Recentemente, após homologar candidatura ao governo, apresentou outra declaração de bens ao TRE-AP. No documento, o dono da Domestilar afirma ter um patrimônio pessoal avaliado em R$ 35.774.294,92. 
Jaime Nunes, empresário bolsonarista que passou os últimos três anos e oito meses refastelado no escritório central de suas empresas, usando o cargo de vice-governador para costurar tratativas políticas e fechar negócios lucrativos, conseguiu aumentar em mais R$ 30 milhões a já imensa riqueza. 
Com a dinheirama usada no pagamento dos tais "serviços advocatícios", daria para comprar oito Mobi Like 1.0, da Fiat, ao preço de  R$ 64.690,00 (cotação de 2 de setembro).
Convertendo cada automóvel em aplicativo, e doando esses veículos para oito trabalhadores desempregados, Jaime Nunes estaria beneficiando oito famílias de quatro pessoas cada uma (conforme modelo adotado pelo IBGE), o que daria 32 indíviduos, entre adultos e crianças.
Se acrescentasse mais três pessoas (dois adultos idosos e outra criança) a cada uma das oito famílias de quatro integrantes, seriam 56 beneficiados.
Ou, dependendo do planejamento arquitetônico que se conseguir fazer com o dinheiro, construir cinco casas populares com sala, cozinha dois banheiros, três quartos e garagem ao custo de R$ 100 mil cada uma.   
Mas Jaime Nunes não está interessado em comprar carros populares para doar a trabalhadores pobres e desempregados. Tampouco construir casas a preços módicos.
Pelo que o site REGIÃO NORTE NOTÍCIAS pode apurar, Nunes usou o dinheiro para bancar sua defesa em ações movidas por seus adversários devido aos crescentes equívocos que vem cometendo no andamento da campanha ao governo.
E é um erro atrás do outro.