Gestão do Prefeito Furlan é alvo de nova operação da Polícia Federal por desvio de recursos da saúde

Gestão do Prefeito Furlan é alvo de nova operação da Polícia Federal  por desvio de recursos da saúde

Por Richard Duarte

 

Em apenas um ano e oito meses de mandato, o prefeito de Macapá, Antônio Furlan (Cidadania), esteve no olho do furacão em duas operações de combate a esquemas de corrupção, peculato, fraudes, formação de quadrilha, malversação, e outros crimes investigados pela Polícia Federal a partir de denúncias formuladas pelo Ministério Público Federal. E, de acordo com fontes consultadas pelo site REGIÃO NORTE NOTÍCIAS, em breve outra ação ostensiva deve ocorrer na Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), também envolvendo recursos federais, resultados de emendas parlamentares, destinadas para o combate à pandemia de Covid-19 na capital amapaense (leia matéria a seguir).
Na manhã de quinta-feira, 11 de agosto, diligências da PF cumpriram três mandados de busca e apreensão em residências localizadas nos bairros Universidade, Boné Azul e Buritizal, zonas sul e norte de Macapá. Consumava-se a segunda fase da Operação Carburante (adjetivo referente a combustível, bem que era adquirido para desviar os recursos que deveriam ser empregados na saúde pública municipal). A primeira fase da operação policial foi deflagrada em 15 de dezembro de 2021, quando foram cumpridos cinco mandados de busca e três prisões temporárias. Dois servidores da Semsa e um empresário foram presos.
Na manhã de 29 de julho, a sociedade macapaense despertou com a notícia surpreendente de que viaturas da PF haviam cercado a casa de Antônio Furlan, enquanto outros agentes federais encontravam-se no Palácio Laurindo Banha, sede da prefeitura de Macapá, vasculhando gabinetes, incluindo o gabinete de Furlan. Imediatamente, a operação repercutiu em toda a Imprensa, inclusive sendo noticiada em várias partes do mundo.
A investigação teve início a partir do 1º turno das eleições de 2020, durante o pleito eleitoral para escolha de prefeitos e vereadores dos municípios. No dia da votação do 1º turno, policiais federais abordaram um indivíduo, de 38 anos, nas proximidades do Zerão, em situação suspeita de compra de votos. No veículo foi encontrado R$ 1.200,00 em espécie, além de “santinhos”, material de propaganda supostamente pertencente ao então candidato a prefeito Antônio Furlan. 
Por volta do meio-dia de 29 de julho, Furlan concedeu entrevista coletiva para condenar a ação policial, alegar inocência diante das suspeitas e acusar o senador Davi Alcolumbre (União Brasil) de ser o principal articulador da operação federal, envolvendo, ainda, o juiz eleitoral Orlando Souto Vasconcelos. Segundo afirmações de Furlan à época, “um emissário do juiz eleitoral Orlando Souto" o teria procurado para pedir "propina para que a decisão fosse dada ao MP estadual.”
As investigações da Operação Carburante começaram após denúncia recebida pela PF, que verificou que agentes públicos (ocupantes de cargos comissionados) lotados na Semsa, se associaram para desviar dinheiro público, por meio de fraudes em abastecimento de veículos, em lançamentos de diárias, que são recursos pagos ao servidor quando ele viaja no interesse do serviço, além de gastos com compra de água e alimentação.
No ano de 2020, em apenas três meses, foram gastos com abastecimento de combustíveis o montante de R$ 580.670,00. Já em2021, o valor foi de R$ 419.330,00. 
Após a deflagração da primeira fase, a PF identificou fortes indícios que confirmam o abastecimento de carros particulares, bem como encontrou novos fatos conexos, 
como pagamentos de valores a título de vantagens indevidas à servidora pública e lavagem de dinheiro.
Procurado pela Imprensa, ao contrário da vez anterior, Antônio Furlan optou pelo silêncio, senão conveniente, mas, sobremodo comprometedor.