Justiça Eleitoral multa Jaime Nunes em quase R$ 345 mil por uso ilegal do Hospital de Emergência

Justiça Eleitoral multa Jaime Nunes em quase R$ 345 mil por uso ilegal do Hospital de Emergência

Por Richard Duarte

 

Justiça Eleitoral multa Jaime Nunes em quase R$ 345 mil por uso ilegal do Hospital de Emergência

 

O candidato ao governo do Estado pelo PSD, empresário e vice-governador Jaime Nunes, foi multado em aproximadamente R$ 342 mil (100 mil UFIR) por utilização ilegal de espaço interno do Hospital de Emergência para fazer propaganda eleitoral sem autorização da Justiça.

Conforme decisão do juiz eleitoral Normandes Sousa, do Tribunal Regional Eleitoral do Amapá (TRE-AP), "o candidato utilizou-se de bem público em seu benefício e no intuito de realizar atos de propaganda eleitoral ao ingressar em hospital público e realizar gravações em local de acesso restrito e sem autorização prévia, interagindo com pacientes e acompanhantes e valendo-se de sua condição de vice-governador para acessar indevidamente o local onde as filmagens foram feitas".

Duas semanas atrás, ainda no começo da campanha eleitoral, Jaime Nunes desceu de seu carro, estacionado em frente ao hospital e, acompanhado por uma equipe do marketing de sua campanha, atravessou a rua Hamilton Silva, seguindo rumo à entrada do prédio público. Era começo de noite, a sala de espera estava abarrotada com pessoas em busca de atendimento médico.

Todas ficaram boquiabertas ao se depararem com o milionário dono da Domestilar, rede de lojas que vende no varejo todo tipo de traquitana eletrônica, parado diante delas ladeado por cinegrafista, produtor e motorista.

A direção do hospital, àquela hora da noite envolvida com os problemas do pronto-atendimento, foi informada da presença do vice-governador perambulando pelos corredores, abordando mulheres, conversando com homens em macas, distribuindo tapinhas, afagos em cabeças, e fazendo duras críticas ao governo do Estado, ou seja, ao governo onde exerce, desde 2019, o segundo cargo mais poderoso do Amapá.

Por cometer esta ilegalidade, o Ministério Público Eleitoral formalizou representação pela "prática de conduta vedada consistente na utilização de bem público em campanha eleitoral, revelada por meio de vídeos postados nas redes sociais, bem como no Horário Eleitoral Gratuito, em que [Jaime Nunes] aparece em área interna do Hospital de Emergências no município de Macapá, abordando e falando com pacientes e familiares, sem prévia autorização para tanto". 

Por estar no exercício do cargo de vice-governador, o postulante ao Palácio do Setentrião, sede do executivo amapaense, está impedido de utilizar-se de sua condição para fazer campanha eleitoral em qualquer órgão da estrutura direta e indireta do governo.