Desespero dos milhares de moradores do Bailique é desprezado por Antônio Furlan que prefere gastar com inaugurações de praças e cachês milionários com shows nacionais
É o Governador Clécio Luís que comanda ação humanitária em favor do povo do Bailique, enquanto o Prefeito Furlan cruza os braços
Por Redação
Atualmente, cerca de 13 mil ribeirinhos do Arquipélago do Bailique estão sobrevivendo graças às medidas emergenciais do governo Clécio Luís, que nos últimos meses tem intensificado a doação de água mineral, alimentos e remédios para os ilhéus. Se dependesse da disposição do prefeito de Macapá, Antônio Furlan (MDB), há muito tempo tinham abandonado a região.
Segundo a Defesa Civil do Amapá, os moradores do Bailique estão enfrentando dois desafios que colocam em risco a existência deles: a erosão das margens, conhecida como "terras caídas", e a elevação da salinidade das águas dos pontos de fornecimento, que dificulta o acesso à água potável e provoca uma crise recorrente.
As questões sociais e econômicas, intensificadas pelo aumento do nível do mar e pelas alterações no rio Amazonas, estão tornando cada vez mais difícil a permanência no arquipélago. Uma parte da população já abandonou suas moradas, enquanto alguns tentam se ajustar ao novo contexto. O canal secou, afetando diretamente as 57 comunidades.
Enquanto famílias em desespero são atendidas pelo governo do Estado, Furlan acompanha de longe — mais precisamente do Palácio Laurindo Banha, onde está o principal gabinete da administração municipal — os dramas vividos por milhares de seres humanos.
No Bailique, o cenário é sombrio. Mas Antônio Furlan prefere as domingueiras na praça Jacy Barata, centro da capital, onde assiste a jogos de futebol e beberica cervejotas, confraternizando com secretários e apaniguados.
Ele prefere ignorar as centenas de casas abandonadas devido ao fenômeno das "terras caídas", a ameaça à navegação representada por árvores de grande porte que sucumbiram à erosão, o açaí, principal ativo econômico das comunidades, que devagar fica com o sabor comprometido por conta da salinização das águas do rio.
Furlan desconhece que barcos menores encontram obstáculos para atravessar o rio. E que os navios comerciais e de transporte de passageiros escolhem um percurso alternativo mais dentro do rio, mesmo que a viagem possa durar aproximadamente 12 horas em média.
Recentemente, o governador Clécio Luís mobilizou uma força-tarefa para levar 120 mil litros de água potável, 250 galões de água mineral de 20 litros, 250 kits de alimentos, além de atendimentos de saúde para cerca de mil moradores.
Conforme o major Wagner Reis, chefe da Divisão de Planejamento da Defesa Civil do Amapá, as equipes de governo aceleram o ritmo para assistir à população de forma rápida. "A comunidade de Arraiol serve como base para os serviços de fornecimento de alimentos e água, e a equipe responsável garante a distribuição dos produtos", explica ele.