Prefeito Antônio Furlan vira exemplo de traidor ao pedir para população não votar em aliados de 2020
Por Richard Duarte
O prefeito de Macapá, Antônio Furlan (sem partido), não esconde mais de ninguém a ingratidão aos apoiadores de sua candidatura em 2020, quando disputou e venceu a corrida eleitoral ao Palácio Laurindo Banha por conta da aliança forjada por João Alberto Capiberibe (PSB) e Guaracy Júnior (à época no PSL), além de outros importantes nomes da política amapaense.
Na derradeira semana de campanha eleitoral, o chefe do executivo da capital amapaense está repetindo o que disse o então ministro do Trabalho e da Previdência Social, Jarbas Passarinho, durante a reunião do AI-5, em 1968: "Às favas todos os escrúpulos de consciência."
Isso mesmo. Para eleger a mulher, a médica Rayssa Furlan, candidata ao Senado pelo MDB, Furlan decidiu rifar todos os escrúpulos de consciência que ainda restavam para ocupar as redes sociais, veiculando vídeos pedindo aos eleitores amapaenses para excluírem os nomes de Capiberibe e Guaracy, também postulantes ao Senado, de suas "colinhas" de votação.
Para cientistas políticos com larga experiência no acompanhamento do cenário local, a exemplo do professor Amarildo Dantas, a manobra do prefeito pode resultar em fracasso retumbante por parecer aos olhos da população um gesto de deslealdade sem precedentes na recente história política do Amapá. "O gesto pode ser interpretado como um terrível ato de traição àqueles que o apoiaram na campanha de 2020", assinala.
A reportagem do site REGIÃO NORTE NOTÍCIAS procurou a assessoria do prefeito de Macapá, mas não obteve retorno, embora tenha deixado inúmeros recados nos telefones usados para contato. Igualmente, nenhum integrante da equipe de trabalho da candidata Rayssa Furlan retornou as nossas ligações para comentar as mensagens do marido dela orientando a não votação em João Capiberibe e Guaracy Júnior, sem os quais Antônio Furlan dificilmente seria eleito em 2020.