Secretário que declarou amor a Furlan vira notícia nacional ao ser acusado de ter recebido propina

Amor bandido ou o ladrão de coração ?

Secretário que declarou amor a Furlan vira notícia nacional ao ser acusado de ter recebido propina

Por Redação 

 

O portal de notícias METRÓPOLE publicou no sábado, 10 de agosto, a reportagem intitulada "Empreiteiro diz ter pago propina a secretário de Obras: 'Grana na mão'", de autoria dos jornalistas Paulo Cappelli e Petrônio Viana, ilustrada com uma imagem do empreiteiro Claudiano Monteiro de Oliveira, proprietário da C.M. de Oliveira & CIA Ltda, com escritório na rua Cândido Mendes, centro de Macapá, responsável por graves denúncias contra o secretário municipal de Obra e Infraestrutura Urbana (SEMOB), Cássio Cleidsen Rabelo Cruz.


A reportagem foi republicada por mídias nacionalmente conhecidas e de igual importância, e tem como assunto principal o esquema de propinas nos bastidores da SEMOB, supostamente montado e operado por Cruz, homem de confiança e braço-direito do prefeito de Macapá, Antônio Furlan (MDB).
Em depoimento por videoconferência ao juiz Diego Araújo, da 1ª Vara Criminal de Macapá, Oliveira confessou ter pago propina em espécie tanto a Cássio Cruz quanto ao "chefe dele", referindo-se ao gestor macapaense. A revelação caiu como um míssil russo Sarmat 2 sobre as frágeis estruturas do Palácio Laurindo Banha, sede da PMM, comprometendo, sobremodo, a imagem de gestor probo e honesto arduamente construída pelo prefeito e candidato à reeleição.
Na matéria assinada por Cappelli e Viana, o empresário denunciante afirma que o secretário Cássio Cruz recebeu propina em um contrato de R$ 10 milhões, aumentado para R$ 15 milhões, para construir uma praça.
Segundo a reportagem, em 2020 Oliveira ganhou uma licitação para construir a praça Jacy Barata. Ele assinou o contrato em 2021 e as obras começaram em 2022. No final desse ano, o empreiteiro teria recebido R$ 1,2 milhão da Prefeitura de Macapá como pagamento pela segunda medição da obra.
Deste montante, assinalam os dois jornalistas, o empresário afirmou ter destinado 5% a um “superior” de Cássio Cruz e, posteriormente, recebeu a solicitação para quitar a parte do secretário, que era de R$ 20 mil. O empreiteiro relatou ter entregue apenas metade do valor em dinheiro, num veículo. Na mesma oportunidade, outro empresário teria efetuado o pagamento de R$ 30 mil a Cruz, referente a um contrato diferente. O combinado era que os pagamentos ocorressem a cada medição da obra.
O portal METRÓPOLE explica que a propina foi repassada ao titular da SEMOB durante o primeiro pagamento, que aconteceu no final de 2022 para 2023. "Essa foi a segunda medição que recebi da obra, no total de R$ 1,2 milhão. Eu ofereci 5% para o superior dele, o chefe que estava acima [quem está acima de um integrante do primeiro escalão de um governo, seja ele municipal, estadual ou federal?]. Já [o Cássio] queria que eu desse R$ 20 mil por medição, mas acabei dando apenas R$ 10 mil", confessa Oliveira.
Cappelli e Viana afirmam na reportagem que Claudiano Monteiro de Oliveira, que além da C.M. de Oliveira & CIA Ltda, tem mais duas empresas, XC Casa Construção e a Construmas, e outro empresário do mesmo ramo de atividade, recebiam entre R$ 10 mil a R$ 50 mil por medição.
"No meu caso, foi apenas R$ 10 mil nesta ocasião. Eu entreguei o dinheiro diretamente a ele [Cássio]. Ele veio à minha casa e aceitou a quantia em espécie que lhe dei, e o outro empresário também estava presente, e entregou o dinheiro a ele na minha frente. Todos entraram no carro e ele [Cássio} recebeu o pagamento. No dia em que ele esteve lá, parou o carro, desceu, entrou em outro veículo e pegou o dinheiro, tanto o meu quanto o do outro empresário. Em espécie. Isso ocorreu uma vez, mas houve outras circunstâncias que, no momento, não posso detalhar”, declarou o empreiteiro, que afirmou em juízo ter arquivado todas as provas em um HD, e repassado às autoridades federais. "Está sendo investigado pela Polícia Federal, uma vez que a obra recebeu recursos federais repassados pelo Ministério do Turismo", assinala.
Monteiro de Oliveira decidiu denunciar a extorsão após a prefeitura dificultar o andamento da obra, forçando a contratação de outra construtora em setembro de 2023. Ele entregou dinheiro para propina, mas a empresa não pagou e foi substituída por um parceiro da prefeitura que também está sendo investigado.