Ônibus velhos conseguidos pelo Prefeito Furlan gera revolta na população

Por Redação 

O prefeito Antônio Furlan (Podemos) recebeu quatro dos 40 ônibus "zerados" anunciados por ele para "modernização" do transporte urbano em Macapá. Fez um estardalhaço nas mídias de apoio à sua gestão, postando fotos dos veículos supostamente adquiridos diretamente da fábrica. Mais outro papo-furado do gestor municipal.

Levantamentos realizados pelo site REGIÃO NORTE NOTÍCIAS, com a colaboração de especialistas em jornalismo digital, descortinaram a tramoia perpetrada nos subterrâneos do Palácio Laurindo Banha, sede do executivo macapaense, para ludibriar a boa-fé do povo socialmente vulnerável.

Ao contrário do que Furlan apregoa em sites e portais pagos com o dinheiro público para enaltecê-lo junto ao eleitorado, os quatro ônibus apresentados como "novos" são sucatas reformadas com data de fabricação de doze anos atrás, mais precisamente de 2011. Apesar da aparência de recém-fabricados, internamente são veículos que já passaram por várias manutenções, peças gastas substituídas por outras mais gastas ainda, pneus recauchutados, motores fundidos recuperados por mecânicos amadores.

Em vez de solucionar um problema crônico, sentido na pele por quem utiliza o transporte público diariamente em Macapá, irresponsavelmente Antônio Furlan coloca em risco a segurança da população ao adquirir verdadeiros ferros-velhos para fazer o transporte de passageiros no principal município do Estado.     

Para quem usa os ônibus, só a promessa da melhora com falsos novos não impressiona mais. Os passageiros querem ver a mudança, na prática. A cuidadora de idosos Maria de Nazaré Barbosa é um exemplo disso. Ela usa o transporte público da cidade há 27 anos e pega dois ônibus todos os dias, e são sempre os mesmos problemas. “Precisa melhorar muita coisa ou quase tudo. Vários ônibus estão em situação precária. Não vale o que a gente paga pela passagem. É caro para nós que ganhamos salário mínimo”, protesta.

Especialistas consultados pelo portal condenaram a decisão de Antônio Furlan na aquisição de veículos com 12 anos de uso. "Qualquer ônibus com esse tempo de fabricação já passou por inúmeras reformas. Particularmente, não aconselhamos mais o uso desse tipo de veículo no transporte de passageiros. É muito perigoso", alertam representantes do Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP Brasil). 

“A gente considera que toda gestão pública deva priorizar o transporte urbano como eixo estruturante. É a partir da infraestrutura do transporte coletivo que tem de ser pensado o planejamento. Muitas vezes se fala na expansão da rede de transporte, e não se pensa na qualidade dos ônibus utilizados pela população", comentaram.