Jaime Nunes e Antônio Furlan traíram os evangélicos amapaenses, acusa Guaracy Júnior
Por Richard Duarte
Dos mais de 187 mil evangélicos registrados no último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no Amapá, aproximadamente 87,6% desistiram de votar no empresário bolsonarista Jaime Nunes, candidato ao governo pelo PSD. Esta decisão foi anunciada pelo pastor evangélico Guaracy Junior, candidato ao Senado pela coligação "Destrava Amapá" (PTB/PSD/PSC/AGIR/PROS), durante entrevista a uma emissora de rádio local.
Conforme o presidente Estadual da Igreja do Evangelho Quadrangular, o vice-governador e dono do grupo Domestilar "traiu o compromisso firmado diante de centenas de evangélicos ao afirmar que, se eleito governador, faria uma gestão alinhada aos princípios e interesses dos religiosos".
"Jaime nos traiu", declarou Guaracy. "Eu estou falando aqui às claras; não tenho porque ficar dando volta sobre este assunto", assinalou ele, com um tom de voz beligerante. "E vou dizer o seguinte, gente, a traição é igual bumerangue, sempre tem o retorno."
As declarações, temperadas no gosto amargo da decepção, reverberaram em vários municípios do Amapá, atingindo na base o projeto de poder do social-democrata. Para o postulante ao Senado pelo PTB, político sem palavra é igual peladeiro bola murcha, barrado na formação do time mesmo sendo o dono da bola. Não tem moral para nada.
Mas Guaracy Júnior não ficou somente em Jaime Nunes. Também direcionou o grosso de sua artilharia na direção do principal gabinete do Palácio Antônio Lemos, local de trabalho do chefe do executivo da capital amapaense. "O [prefeito] Antônio Furlan (sem partido) me traiu. E não somente a mim, traiu Patrícia Ferraz, traiu o Cirilo (Fernandes), traiu o [João] Capiberibe, sei que ele [Antônio Furlan] também tinha prometido. Que o Capiberibe seria o candidato dele. O Furlan não tem palavra."
Em um desabafo contundente, Guaracy Júnior responsabilizou Jaime Nunes e Antônio Furlan por manobras sub-reptícias contra os evangélicos amapaenses. Afirma que se sente traído pelos ex-aliados, e o mais grave, que o povo evangélico foi traído pelos dois políticos citados por ele, mais por Nunes que, em vários encontros com os crentes, prometeu o cargo de vice-governador a uma das lideranças da Assembleia de Deus.
"Imagina o noivo na igreja, mal contendo a ansiedade pelo casamento preparado com tanto esmero, com os olhos lúbricos fixos na porta de entrada da nave à espera da noiva, de repente é informado por um dos padrinhos que a cerimônia precisa ser cancelada porque a noiva fugiu com o amante dela. Imaginou? Pois é. É assim que me sinto. Hoje, meus sentimentos em relação a essas pessoas [Jaime Nunes e Antônio Furlan] são de repulsa e asco."