Setor pesqueiro ganha destaque no plano de governo de Clécio Luís
Por Richard Duarte
O potencial pesqueiro do Amapá é inquestionável, tanto pela quantidade quanto pela qualidade das espécies. Apesar dessa diversidade, e de sua importância econômica para o Estado, pouco foi feito ao longo dos últimos 40 anos para converter toda essa riqueza em prosperidade para o povo amapaense. Na verdade, conforme estudos realizados pela cientista ambiental Maria de Nazaré Ferreira Costa, oriunda da Universidade Federal do Amapá, "(...) o Amapá é o que apresenta o menor número de informações disponíveis sobre o setor pesqueiro, sobretudo em relação às capturas realizadas nas áreas costeiras e marinhas. Existe uma lacuna histórica de dados básicos essenciais para a gestão da atividade. A inexistência de um monitoramento contínuo dos desembarques impede que se estime o estado dos recursos explorados".
Esta realidade pôde ser recentemente constatada por Clécio Luís, ex-prefeito de Macapá e pré-candidato ao governo pelo Solidariedade. Durante sua estadia no município de Calçoene, a 374 quilômetros de Macapá, lembrou que ficou surpreso ao visitar a área marinha do Parque Nacional do Cabo Orange e encontrar "(...) uma verdadeira cidade" no oceano devido à grande movimentação pesqueira. Segundo Clécio, eram "(...) barcos especialmente do Pará, Maranhão e até de outros países, como a China”. A surpresa do político não soou extenporânea. Por aproximadamente quatro semanas, tempo em que permaneceu no município, Clécio Luís visitou as três indústrias pesqueiras estabelecidas na região e notou que a principal atividade delas está concentrada na produção de filé de peixe. No entendimento dele, isso é insuficiente.
E a pesquisa produzida pela cientista ambiental Maria de Nazaré Ferreira Costa avaliza a constatação de Clécio Luís. De acordo com os levantamentos acadêmicos de Ferreira Costa, "(...) a inexistência de um monitoramento contínuo dos desembarques impede que se estime o estado dos recursos explorados. A ausência deste tipo de informação torna-se ainda mais preocupante quando somada ao grande número de embarcações de outros estados que operam na região e ao fato de que a maioria das áreas de pesca está situada dentro e no entorno de unidades de conservação de proteção integral."
Para dirimir essas e outras questões, Clécio Luís determinou que o setor pesqueiro tenha uma abordagem destacada na execução do projeto "Pelo Amapá Inteiro", elaborado especialmente para fundamentar o plano de governo de sua gestão. “Queremos que esse peixe seja processado por inteiro, com aproveitamento da pele na indústria calçadista, da carcaça e da parte óssea, que pode servir para produção de farinha. Então, precisa de uma cadeia produtiva. O estado precisa criar os distritos pesqueiros industriais, com limite de áreas para as empresas se instalarem, atrair novos empreendimentos, dá todo tipo de incentivo fiscal e também garantir combustível subsidiado e produção de gelo suficiente.”