Famoso pela avareza, Jaime Nunes gastará do fundo partidário uma verdadeira fortuna de quase 11 milhões de reais em aventura política

Famoso pela avareza, Jaime Nunes gastará do fundo partidário uma verdadeira fortuna de quase 11 milhões de reais  em aventura política

Por Richard Duarte 

 

Pelo volume de recursos públicos colocados a sua disposição, Jaime Nunes é o candidato ao governo do Estado com maior arrecadação do Fundo Eleitoral e Partidário nas eleições de 2022, conforme dados recentes disponíveis no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Com quase R$ 11 milhões até o momento, o empresário bolsonarista fica bem a frente do segundo colocado.
Nas próximas semanas, ele terá em mãos uma montanha de dinheiro para usar como bem entender na disputa pela principal cadeira do Palácio do Setentrião, sede do governo amapaense. 
Toda essa dinheirama é proveniente do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), o fundo
partidário eleitoral, definido pelo Congresso Nacional em quase seis bilhões de reais para as eleições deste ano.
Jaime Nunes é um dos homens mais ricos do Amapá. Além de empresário do ramo de eletrodomésticos, há 40 anos no comando de um conglomerado de lojas, é sócio em concessionária de carros, emissora de rádio e TV, supermercados, fazendas, transportadoras, inúmeros imóveis e terrenos espalhados pela Região Metropolitana de Macapá e em outros municípios amapaenses.
Mesmo sendo milionário, o candidato do PSD já havia confidenciado a aliados mais próximos que não pretendia usar seu dinheiro para gastar em campanha política. A intenção dele, conforme revelou um desses confidentes, era aguardar a liberação da verba pública para pavimentar a candidatura até 2 de outubro, dia da votação.

Vice-governador do Amapá desde 2019, quando tomou posse junto com o atual governador Waldez Góes (PDT), o candidato do PSD nunca demonstrou interesse em lançar mão de recurso próprio para gastar em campanha política. "O Jaime sempre teve fama de avarento, e embora ambicione, até com certa sofreguidão, o cargo de governador, jamais botaria sua fortuna em risco por causa de política. Ele vai usar o dinheiro do povão nessa aventura", comentou, em tom de galhofa, um ex-executivo da Domestilar.
Nem os 42 salários que recebeu como vice-governador em três anos e oito meses no cargo, Jaime Nunes se mostrou disposto a usar em sua campanha. E todos esses proventos foram recebidos por ele sem qualquer ônus. Em bom português, sem nenhum desconto.
Os valores do Fundo Eleitoral e Partidário saem dos cofres públicos. O orçamento para o primeiro turno neste ano é de R$ 4,9 bilhões e o do segundo é de R$ 1,1 bilhão.
A verba é dividida entre os 32 partidos em atividade no país.
A repartição é feita conforme o tamanho da bancada de cada sigla no Congresso e o desempenho delas nas últimas eleições gerais.