Devemos adotar medidas imediatas, diz presidente do TSE sobre atuação de facções criminosas nas eleições municipais

Devemos adotar medidas imediatas, diz presidente do TSE sobre atuação de facções criminosas nas eleições municipais

Por Redação 

 

_Em Macapá, a atuação de uma facção criminosa na campanha eleitoral é investigada pela Polícia Federal que deflagrou a Operação Herodes, onde prendeu o subsecretário da gestão de Furlan na capital e expediu mandado de prisão contra o candidato a vereador Caçula, aliado do prefeito para a reeleição._

 

Há uma semana do primeiro turno, a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, destacou que a tentativa de facções criminosas de se infiltrar e influenciar nas eleições municipais é “bastante grave e não pode ser subestimada”. A afirmação está na entrevista publicada pelo jornal O Globo, neste domingo, 29.

 

Em Macapá, a operação Herodes, deflagrada pela Polícia Federal, no dia 20 de setembro, investiga envolvimento de agentes públicos e candidatos com uma facção criminosa que estaria financiando campanhas e coagindo eleitores a votarem em seus escolhidos. Durante a ação, o então subsecretário de Zeladoria Urbana da capital que integra o primeiro escalão da gestão do prefeito Furlan (MDB), Jesaías Silva da Silva, conhecido como “Jesa”, foi preso. Também foi expedido mandado de prisão contra o candidato a vereador “Cacula”, Luanderson de Oliveira Alves, que atua na linha de frente da campanha à reeleição do atual prefeito.

 

“Essa situação é bastante grave, especialmente considerando a ousadia do crime de querer ser o formulador de leis. Há um risco real de que esse comportamento se estenda às instâncias estaduais e até nacionais. Devemos adotar medidas imediatas, tanto para evitar que os criminosos alcancem seus objetivos quanto para impedir que algo que já tenha começado em outros momentos se perpetue”, destacou a ministra.

 

Segundo Cármen Lúcia, para as eleições deste ano foi criado um núcleo de especialistas do Ministério Público e da Polícia Federal para verificar, a partir dos pedidos de registro de candidatura, pessoas envolvidas em processos relacionados a grupos criminosos. 

 

“Isso nunca foi feito antes, mas, diante das notícias de possíveis infiltrações de facções criminosas nos órgãos estatais, a Justiça Eleitoral tomou o cuidado de realizar essa verificação com a ajuda de especialistas”, explicou a presidente do TSE. 

 

Para garantir a segurança dos eleitores e o livre direito de votar a ministra destacou a determinação de haver um juiz em todos os municípios brasileiros no dia da eleição, marcado para o próximo domingo, 6 de outubro, além da necessidade de criar uma estratégia robusta para garantir a segurança das eleições, envolvendo todas as polícias estaduais, federais e as forças armadas.  

 

“Essa estratégia foi implementada para que os eleitores se sintam seguros e protegidos, tanto física quanto legalmente, em todo o território nacional. A democracia exige vigilância permanente”, reforçou a ministra Cármen Lúcia.

 

Denúncia de crimes eleitorais

 

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) disponibiliza para denúncias de crimes eleitorais o aplicativo Pardal, disponível para download nas lojas virtuais de celulares. O sistema possibilita que o cidadão informe à Justiça Eleitoral e ao Ministério Público, infrações eleitorais e irregularidades, fortalecendo os princípios da participação popular, transparência e lisura do pleito.

 

O Pardal pode ser utilizado para noticiar vários tipos de infrações, como as relativas à propaganda eleitoral, compra de votos, uso da máquina pública, crimes eleitorais, doações e gastos eleitorais e também problemas no ato de votar.

 

As denuncias também podem ser feitos pela internet, nos sites do TSE e Tribunais Regionais Eleitorais (TRE´s) e pelo O SOS Voto, disque-denúncia por telefone através do número: 1491.