Pré-candidatura de Jaime Nunes perde densidade com o novo bloco partidário de apoio à Clécio Luiz
Por Richard Duarte
Se depender do apoio de PT, PV e PC do B, a pré-candidatura ao Governo do ex-prefeito de Macapá, Clécio Luís Vieira (Solidariedade), ganha mais musculatura no confronto direto com o também aspirante ao mesmo cargo, empresário Jaime Nunes (PSD). Dessa forma, os três partidos juntam-se ao União Brasil (leia-se senador Davi Alcolumbre), e ao PDT (do governador Waldez Góes), que recentemente explicitou apoio irrestrito à candidatura de Vieira, que administrou a capital amapaense de 2012 a 2020, no exercício de dois mandatos consecutivos.
Com as adesões, avalizadas pelos representantes dos três partidos (petista Antônio Nogueira, pecebista deputada federal Professora Macivânia, e verdista Zezé Nunes), Vieira fortalece sua artilharia para os 45 dias de campanha eleitoral, prevista para começar a partir do dia 16 de agosto. Amparado por essa retaguarda, o ex-prefeito de Macapá segue na disputa mais fortalecido, deixando seu oponente direito com pouco espaço de manobra para novas tratativas de bastidores.
A formação desse novo bloco tem o único propósito de se contrapor a Jaime Nunes, cuja pré-candidatura vem claudicando desde a última visita do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao Amapá. Conforme as últimas pesquisas em nível nacional, Bolsonaro tem poucas chances de ser reeleito. Ainda assim, o empresário, mais conhecido por ser dono da Domestilar, uma rede de lojas de venda de eletrodomésticos, tornou-se expoente no estado da ideologia bolsonarista, fazendo questão de aparecer ao lado do visitante ilustre durante cerimônia em palanque improvisado armado no balneário da Fazendinha, a 13 quilômetros de Macapá.
Recentemente, o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), presidido interinamente pelo amapaense Kassyo Ramos, externou apoio à pré-candidatura de Jaime Nunes. O partido, fundado por Getúlio Vargas, já havia declarado apoio à reeleição de Bolsonaro. "O problema é que o presidente de honra do PTB, ex-deputado federal Roberto Jefferson, apoiador declarado de Jair Bolsonaro, ficou sobremodo enfraquecido após ser preso por ordem do ministro [Alexandre de] Moraes [do STF]", comenta o especialista em Direito Eleitoral, advogado Rubem da Silva Pontes.
A estratégia dos coordenadores da pré-campanha de Clécio Luís Vieira é surfar no tsunami eleitoral provocado pela pré-candidatura à Presidência da República de Lula da Silva, deixando evidenciado a polarização na disputa pela principal cadeira do Palácio do Setentrião, sede do governo amapaense, entre Vieira e Nunes. Esta abordagem também é defendida pelo consultor político e estrategista eleitoral, Heyder Barata. Em recente entrevista à Imprensa, o especialista afirma que a campanha eleitoral no Amapá já está polarizada entre esses dois nomes.