Fortuna de Jaime Nunes triplica enquanto o povo amapaense empobrece, saiu de R$ 5,6 milhões para R$ 35,7 milhões

Fortuna de Jaime Nunes triplica enquanto o povo amapaense empobrece, saiu de R$ 5,6 milhões para R$ 35,7 milhões

Por Richard Duarte

 

O homem mais rico do Amapá é candidato ao governo de um Estado com graves deficiências sociais e econômicas. E com um agravante: é vice-governador desde 2019. Este homem, dono de fazendas, prédios, terrenos nas áreas rural e urbana, empresa transportadora de caminhões e balsas, distribuidoras, supermercados, e principal controlador do maior conglomerado de lojas da região, triplicou a própria riqueza no exercício do segundo cargo mais poderoso do Amapá.

Ele se chama Jaime Nunes, empresário bolsonarista que passou os últimos três anos e oito meses refastelado no escritório central de suas empresas, usando o cargo público para costurar tratativas políticas e fechar negócios lucrativos. Foi com esse estratagema que, em pouco mais de uma década, Nunes conseguiu aumentar em mais R$ 30 milhões a imensa fortuna. 

Nas eleições gerais de 2018, o atual candidato ao governo pelo PSD formalizou a declaração de bens à Justiça Eleitoral. Naquela ocasião, tinha R$ 21. 885. 903,00. Como vice-governador, mesmo com a pandemia do novo coronavírus entre março de 2020 e março de 2022, Jaime ficou R$ 16,2 milhões mais rico do que era ao tomar posse em janeiro de 2019.      

Recentemente, após homologar candidatura ao governo, apresentou outra declaração de bens ao Tribunal Regional Eleitoral. No documento, o dono da Domestilar afirma ter um patrimônio pessoal avaliado em R$ 35.774.294,92.

A riqueza de Jaime Nunes contrasta com a pobreza em espiral crescente no Amapá. Na sexta-feira, 29 de julho de 2022, estudo divulgado pelo Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas revelou que em quatro Estados o percentual ultrapassava metade da população em situação de extrema vulnerabilidade: Maranhão (57,90%), Amazonas (51,42%), Alagoas (50,36%) e Pernambuco (50,32%).

Para além desses quatro Estados com mais da metade da população na pobreza, os demais com ao menos 40% de seus moradores nessa situação são Sergipe (48,17%) Bahia (47,33%), Paraíba (47,18%), Pará (46,85%), AMAPÁ (46,80%), Roraima (46,16%), Ceará (45,89%), Piauí (45,81%), Acre (45,53%) e Rio Grande do Norte (42,86%).

Enquanto 40% da população amapaense fazem parte de um estudo produzido por instituição de altíssima credibilidade, aparecendo na lista dos Estados mais pobres do Brasil, Jaime Nunes, vice-governador, empenhava-se em enriquecer utilizando a máquina pública para obter facilidades em negócios nada transparentes.