Aumento de 44,41% na energia elétrica tem dedo do meio do Prefeito Furlan

Furlan quando foi Deputado Estadual foi um dos defensores da privatização da Cea Equatorial.

Aumento de 44,41% na energia elétrica tem dedo do meio do Prefeito Furlan

Por Redação 

 

 

"Se a tarifa extraordinária de 44,41% em favor da CEA Equatorial for aprovada pela Aneel [Agência Nacional de Energia Elétrica], viver no Amapá se tornará praticamente inviável", enfatiza o economista paraense Adalberto Leal, recentemente estabelecido em Macapá. Para o especialista, os custos com energia elétrica a partir de 13 de dezembro, data estabelecida pela agência para homologar o novo percentual, desestimularão qualquer iniciativa de investimento no Estado.
Por conta da insatisfação crescente com esse aumento escorchante, a população amapaense decretou temporada de caça aos culpados pela venda da Companhia de Energia do Amapá ao Grupo Equatorial. Dentre eles está o ex-deputado estadual Antônio Furlan, prefeito de Macapá desde as eleições de 2020.
Em abril de 2017, o parlamentar, apoiador linha de frente do à época governador Waldez Góes (PDT), apropriou-se do Projeto de Lei (PL) 007/2017, do governo do estado, tornando-se defensor intransigente da privatização da autarquia. "Ela só trará  benefícios para o Estado, a exemplo da ‘tarifa social’ que contemplará milhares de famílias", alardeava ele, em discursos acalorados da tribuna do plenário da Assembleia Legislativa do Amapá.
No projeto, o governo Waldez Góes pedia autorização da AL para dar início ao processo de privatização da CEA, na ocasião, concessionária de energia elétrica local que constava no pacote de privatizações do Ministério de Minas e Energia (MME). Furlan abraçou a iniciativa do executivo estadual, tomando-a como se fosse sua, costurando apoios nos corredores do parlamento conforme orientações ecoadas a partir do Palácio do Setentrião. "Virou menino de recados do governador", lembra um ex-deputado estadual e engenheiro-agrônomo, contemporâneo de Antônio Furlan na AL.
Consultado pela reportagem do portal REGIÃO NORTE NOTÍCIAS, com a condição de que seu nome fosse mantido em sigilo, o político foi contundente. "Discordo plenamente desses 44,41%. É muito para um estado pobre. Pelo que percebi, esse aumento atingirá duramente os amapaenses; por isso, estão indignados. E quem pode culpá-los? Quando sua conta mensal dispara quase pela metade, isso é o suficiente para deixar qualquer um irritado. Agora, se este jogo de culpa é justificado ou não, depende de como cada um pensa. Uma coisa é certa: essas pessoas definitivamente querem respostas e soluções o mais rápido possível", resumiu.
Infelizmente, as considerações pessimistas do ex-parlamentar começam a ser compartilhadas por boa parte da população amapaense. Com tarifa tão cara, internet oscilante e estradas em condições precárias, dificilmente empreendedores de outras regiões se sentirão atraídos para investir no Amapá. Para o ex-deputado, é compreensível que a população esteja se sentindo frustrada e traída por quem esteve e está no poder. 
O economista Adalberto Leal tem o mesmo entendimento. "Não esqueçamos que este aumento vem juntar-se a todas as dificuldades que os amapaenses enfrentaram após o apagão catastrófico de 2020. Parece um ciclo interminável de decepção para essas pessoas. Já é hora de alguém assumir a responsabilidade e abordar esse problema de frente, porque claramente não é apenas sua paciência que está se esgotando, mas também suas carteiras", assinala ele.