Transporte urbano de péssima qualidade em Macapá, ônibus velhos com portas caindo causa revolta na população contra Antônio Furlan
Por Redação
Quase dois meses após o prefeito Antônio Furlan (Podemos) ter anunciado a circulação, em Macapá, de 40 ônibus "novinhos em folha", a população continua padecendo das mesmas mazelas provocadas pela insuficiência de veículos no transporte de passageiros da capital amapaense. A lista de problemas é a mesma de dez meses atrás, quando o Furlan ocupou as redes sociais falando maravilhas sobre a suposta "nova frota" que teria até Wi-Fi "de graça" para os macapaenses.
"Tudo balela", denuncia o vereador Pedro DaLua (PSC) em uma rede social.
A falta de acesso aos coletivos, o longo tempo de espera nas paradas, a qualidade dos veículos, o desconforto e a insegurança fomentam a insatisfação do usuário do transporte urbano em Macapá com a gestão de Antônio Furlan. Por conta desse cenário dantesco, o principal município do Amapá figura entre as cidades brasileiras com a pior mobilidade, segundo destaca Willian Rigon, pesquisador e diretor da Urban Systems Brasil, empresa especializada em inteligência de mercado, estudos de demanda, dimensionamento de projetos imobiliários e de infraestrutura, projeção de receitas e análise de riscos.
A classificação no ranking produzido pela Urban Systems leva em consideração oito critérios: proporção entre ônibus e automóveis; idade média da frota dos meios de transporte públicos; quantidade de ônibus por habitante; variedade dos meios de transporte; extensão de ciclovias; rampas para cadeirantes (acessibilidade); número de voos semanais (conectividade com outras cidades); e transporte rodoviário.
"Macapá não aparece em nenhuma delas", critica DaLua.
Dario Barbosa, que trabalha como vigilante em uma loja de eletrodomésticos localizada no centro de Macapá e reside na zona norte, avaliza a observação do vereador. Ele explica que todo fim de tarde os trabalhadores enfrentam dificuldades na hora de sair do serviço e voltar para casa. “A gente fica horas esperando pelo ônibus, exposto a todo tipo de perigo, e quando chega já vem superlotado”, reclama.
Dos 40 "novos" ônibus prometidos por Antônio Furlan, chegaram somente quatro e, mesmo assim, coletivos velhos, com data de fabricação de 2011, todos reformados, em condições duvidosas de circulação, tanto que, não faz muito tempo, a porta de um deles se soltou durante conversão numa via movimentada de Macapá. A peça voou longe e quase atinge um homem parado sob a marquise de um prédio. Seria um acidente de consequências imprevisíveis.
A doméstica Maria Nogueira de Souza, que mora no Jardim Felicidade, está entre as milhares de passageiras insatisfeitas com o transporte urbano de Macapá. “Os ônibus não seguem o trajeto até o final do bairro e, assim que anoitece, todos aqui ficam sem o transporte coletivo”, confirma, apontando para outras três mulheres às proximidades que também esperavam a mais de uma hora pelo ônibus.