Prefeito de Macapá Dr Furlan aplica rasteira política em Gilvam Borges

Prefeito de Macapá Dr Furlan aplica rasteira política em Gilvam Borges

Por Richard Duarte

 

Um dos mais atuantes apoiadores da campanha do ex-deputado estadual Antônio Furlan (Cidadania) na disputa pela Prefeitura de Macapá em 2020, o ex-senador Gilvam Borges (MDB) começa a suspeitar de que o prefeito de Macapá manobra nas reentrâncias do Palácio Laurindo Banha, sede administrativa da capital amapaense, para mantê-lo à distância da PMM, esquivando-se, com essa manobra, de honrar o compromisso firmado na ocasião em apoiar Borges para o Senado nas eleições deste ano.

Sem alarde, Antônio Furlan vem atuando na surdina para pavimentar a campanha eleitoral de sua mulher, a primeira-dama de Macapá Rayssa Furlan, para que ela entre na disputa pela única vaga ao Senado sem a concorrência efetiva do agora incômodo aliado.

Filiada ao MDB em março passado, Rayssa aposta em sua juventude, na força política do marido e, principalmente, na máquina administrativa municipal para suplantar nas urnas o velho cacique emedebista. E Gilvam, que elogiou tantas vezes o prefeito da capital, começa a recompor sua artilharia para tentar implodir o projeto político familiar ardilosamente urdido pelo ex-deputado.

O mais curioso é que o também ex-senador João Alberto Capiberibe, presidente estadual do PSB, e um dos fiadores da parceria entre Furlan e Borges, também vem sendo lentamente deletado dos planos políticos do prefeito de Macapá. Assim como fez com Gilvam Borges, em 2020, Furlan igualmente prometeu apoio ao mandachuva pessebista numa eventual participação dele nas atuais eleições gerais. E da mesma forma, vem driblando o socialista com esquivas mirabolantes.

Em discurso proferido após a cerimônia de filiação, na sede do MDB Amapá, Rayssa preferiu não revelar o cargo pretendido nas eleições de outubro. Garantiu, apenas, "que a decisão ainda estava sendo analisada". Contudo, fontes com trânsito livre nos corredores do "Laurindo Banha" afirmam que naquela manhã de sábado, 26 de março, ela já havia decidido que disputaria o senado com amplo apoio do marido.

Só quem não sabia era Gilvam Borges, e menos ainda João Alberto Capiberibe. Ambos deram sustentação à campanha de Antônio Furlan na disputa pela Prefeitura de Macapá contra o empresário Josiel Alcolumbre, irmão do então presidente do Congresso, senador Davi Alcolumbre (União Brasil), e esperavam dele, no comando do executivo municipal, o reconhecimento convertido em apoio político-econômico. Entretanto, Furlan rodopiou nos calcanhares, deu uma de egipcia, virou a cara para os antigos aliados, e hoje foge deles como se fossem agiotas, ou vultos assombrados de um antigo filme de terror.   

Mãe de quatro filhos e titular da Secretaria Municipal de Mobilização e Participação Popular (Semmopp), a médica Rayssa Furlan faz sua estreia na política estadual como personagem central de uma trama rocambolesca em que os antigos protagonistas, Gilvam Borges e João Alberto Capiberibe, perdem a importância no roteiro particular de Antônio Furlan. Exatamente por essa mudança de curso conduzida pelo prefeito de Macapá, e pelo momento inusitado, os ânimos começam a adquirir tonalidades de contenda. Menos para a primeira-dama que, mesmo com desempenho pífio na Semmopp, espera tomar posse no cargo de senadora a partir de 2023.