Instituto Léo Moura e Programa Passaporte para a Vitória estão garantindo inclusão social aos jovens com deficiência física

Por Richard Duarte 

 

 

Aos nove meses de nascido, Gabriel Lorran recebeu o diagnóstico de paralisia cerebral, incapacitando-o para o exercício de várias atividades, inclusive de práticas esportivas. Isso até os 18 anos, quando a mãe do rapaz o levou ao Projeto Passaporte para a Vitória, coordenado pelo Instituto Léo Moura, localizado no bairro de Águas Claras, em Ananindeua, Região Metropolitana de Belém.

Fã inconteste de futebol, Gabriel Lorran passava as tardes à beira do gramado, assistindo aos outros garotos da mesma idade percorrerem o gramado atrás da bola. Até então era somente um curioso que ficava rente ao alambrado, acompanhando as disputas e vibrando com os gols que tinha vontade de fazer. 

Mas, numa tarde, ele foi convidado a participar de uma partida, com uniforme completo, incluindo o par de chuteiras. Os olhos de Gabriel Lorran brilharam mais do que os do lendário herói arqueólogo Indiana Jones, personagem imortal interpretado pelo ator americano Harrison Ford, quando pousaram sobre a caveira de cristal.

Lorran fez até gol de pênalti, batendo na pelota com o pé direito, deslocando o goleiro para o canto esquerdo. Correu para a torcida como um Gabigol enlouquecido, com os braços levantados, e balançando a cabeça para um imaginário Maracanã lotado em dia de Fla x Flu.

Foi cercado pelos demais participantes, cumprimentado pelo golaço. Loran estava feliz.

No município de Pracuúba, a 259 quilômetros de Macapá, outra história idêntica também virou destaque. Um xará de Lorran, Gabriel Cardoso, igualmente ganhou visibilidade na região por demonstrar afinidade com o futebol e passar horas à beira do campo, olhando como os outros meninos disputavam as partidas. Ao completar 17 anos, ele pediu para sua mãe inscrevê-lo no projeto.

Desejava fazer parte do "Programa Passaporte para a Vitória", sentir-se como os outros adolescentes, sonhar em ser um grande craque da pelota.   

Sempre sorridente, Gabriel Cardoso superou todas as barreiras, recebeu o uniforme e entrou em campo "com pinta de jogador caro", como ele gosta de repetir, e virou um exemplo de superação. Tanto que foi recentemente eleito o aluno destaque da Copa Passaporte para a Vitória, promoção do Instituto Léo Moura.

É essa felicidade que o Instituto Léo Moura trabalha incansavelmente para proporcionar aos jovens cadastrados nos diversos programas que oferece gratuitamente aos mais vulneráveis.

No Amapá, o programa tem o apoio do senador Davi Alcolumbre (União Brasil), que já destinou emenda de aproximadamente 14 milhões de reais para o atendimento de seis mil crianças.     

Conforme os coordenadores da Região Norte do Instituto Léo Moura,responsáveis pela execução do projeto no Amapá, o Instituto Léo Moura, por meio do "Programa Passaporte para a Vitória", vem garantindo aos jovens amapaenses alegrias iguais às manifestadas tanto por Gabriel Lorran, na unidade de Ananindeua (PA), quanto por Gabriel Cardoso, em Pracuúba, no Amapá.

Para o diretor-executivo do Instituto Léo Moura no Brasil, Cadu Veras, a importância social da entidade na promoção do bem-estar de jovens como Lorran e Cardoso ganha dimensões humanas de grande relevância, especialmente para aumentar a autoestima e melhoras significativas na qualidade de vida dos alunos e de suas famílias.