Camilo Capiberibe detona atitude oportunista de Jaime Nunes

Camilo Capiberibe detona atitude oportunista de Jaime Nunes

Por Richard Duarte

O deputado federal Camilo Capiberibe (PSB) não poupou verbo direto para adjetivar o empresário e vice-governador Jaime Nunes, pré-candidato ao governo pelo PSD. Um vídeo produzido pela assessoria de Nunes, com ataques à saúde pública estadual, foi o estopim para que o congressista de esquerda abrisse a caixa de ferramentas para desmontar o dono da Domestilar.

A fala belicista de Camilo incomodou outros políticos, a exemplo do ex-senador Gilvam Borges (MDB), aspirante ao Senado. Após ler o texto postado no Twitter, o velho cacique emedebista jogou mais gasolina na fogueira. "Camilo, quem tem telhado de vidro não fica arremessando pedra no telhado alheio", alfinetou, lançando a isca para ver qual era a reação do notório opositor.

Camilo manteve-se em silêncio. Afinal, deve ter concluído que polemizar com Borges seria alimentar o já enorme antagonismo político entre ambos.

O vídeo de Jaime Nunes, com grande potencial para gerar polêmicas e protestos, virou ladainha obrigatória nas conversas de fim de semana sobre o cenário político de pré-campanha no Amapá. O vice-governador, eleito para o cargo nas eleições de 2018, é questionado pelo deputado federal por ter passado três anos e meio no executivo estadual sem fazer qualquer tipo de manifestação sobre a situação caótica da saúde pública, conforme assinala em sua postagem. "Durante três anos e cinco meses ficou calado", ressalta, deixando entendido que o empresário foi conivente e omisso quando a população sofria sem atendimento médico adequado e padecia com a falta de medicamentos na rede pública hospitalar.

A batalha em questão também chamou a atenção do Conselho Regional de Medicina do Amapá (CRM-AP). Há alguns anos, os conselheiros da entidade denunciam as péssimas condições dos hospitais, a má conservação de equipamentos, as desastrosas condições de trabalho dos profissionais da saúde (médicos, enfermeiros, gestores...). Nos últimos três anos, as repetidas ações de fiscalização nos hospitais públicos passaram a identificar crescentes irregularidades. Afirmam que em nenhum momento, o vice-governador tomou alguma atitude ou, pelo menos, fez um pronunciamento sobre os problemas na saúde pública.