Polêmica envolve relançamento de obra por Antônio Furlan que teve início na gestão de Clécio Luís

Polêmica envolve relançamento de obra por Antônio Furlan que teve início na gestão de Clécio Luís

Por Redação 

 

O prefeito de Macapá, Antônio Furlan (MDB), está sendo fortemente criticado por membros da bancada federal do Amapá em Brasília devido ao uso de estratégias enganosas para buscar destaque político local com o objetivo questionável de aumentar sua popularidade junto ao eleitorado macapaense.

Responsáveis pela alocação significativa de recursos destinados à realização de obras essenciais para o bem-estar de quase meio milhão de habitantes da capital, alguns parlamentares têm reclamado que Furlan tem ocultado a autoria das emendas durante a execução das obras e, após a conclusão destas, tem inclusive vetado a inclusão de seus nomes nas placas de inauguração.

Os parlamentares também alegam que Furlan está dando prioridade à sua reputação e aos seus interesses políticos pessoais em vez de atender às reais necessidades da população de Macapá. As críticas são fundamentadas no fato de que, ao invés de focar na resolução dos problemas da cidade, Furlan opta por adotar estratégias duvidosas para se manter no poder e angariar popularidade, o que pode comprometer a governança e o bem-estar dos cidadãos.

 

EXTRATO DE CONTRATO

Na manhã de quarta-feira, 30 de setembro de 2020, o então prefeito de Macapá, Clécio Luís (atual governador do Amapá), folheou o exemplar do Diário Oficial da União em seu gabinete, no Palácio Laurindo Banha, sede da Prefeitura de Macapá, detendo-se na página 154, seção 3. Nela constava o Extrato de Contrato n.° 82/2020 que tratava da concorrência n.° 05/2020-CPL/SEGOV cujo objeto versava sobre a contratação de empresa para execução de obras viárias para implantação do sistema Bus Rapid Service/BRS do corredor de transporte da região central de Macapá, com vigência de doze meses e valor total de R$ 56 milhões.

O recurso, proveniente do PAC em Mobilidade Urbana, do governo federal, obtido com articulação de senadores e deputados federais do Amapá, já estava na conta bancária da PMM e as obras haviam sido retomadas por determinação de Clécio Luís. A nota de empenho n.º 925082 fora repassada à empresa CMT Engenharia Eireli, responsável legal pelo reinício dos trabalhos, com a pavimentação do trecho entre as avenidas Paraná e Santos Dumont.

Com esta obra, especialmente voltada para dar prioridade aos transportes de alta e média capacidade, como metrôs, trens urbanos, VLTs, BRTs e corredores de ônibus para reduzir o tempo de deslocamento nos grandes centros urbanos e melhorar a qualidade de vida da população, a prefeitura pretendia prover um transporte mais humanizado para Macapá.

 

ISCARIOTISMO POLÍTICO

Passados três meses, após uma campanha eleitoral acirrada, o deputado estadual Antônio Furlan tomava posse como prefeito de Macapá, e uma de suas primeiras medidas foi interromper a obra, suspendendo o contrato com CMT Engenharia Eireli, e ordenando a retirada de todos os outdoors e placas fixadas em pontos estratégicos da cidade e ao longo da avenida Antônio Coelho de Carvalho, que recebia os serviços de pavimentação.

Quase dois anos depois, mais precisamente no começo deste mês, Antônio Furlan reúne apaniguados e demais apoiadores para anunciar, com estardalhaço, a retomada da obra de mobilidade urbana. Na ocasião, afirmou que o “dinheiro para tocar o projeto” já está disponível “graças ao empenho de apoiadores de nossa gestão”. Uma falácia, denunciam fontes consultadas pelo portal REGIÃO NORTE NOTÍCIAS. Na verdade, dizem, trata-se do mesmo recurso anunciado em setembro de 2020 pelo então prefeito Clécio Luís. 

“Essa atitude do prefeito de Macapá pode ser vista como uma estratégia política para angariar popularidade e crédito junto à população. Ao não revelar a verdadeira fonte dos recursos utilizados nas obras, ele cria a impressão de que toda a melhoria na cidade é fruto exclusivo de sua gestão, sem dar o devido reconhecimento ao trabalho realizado pelo antecessor”, afirmam.

Para outra fonte ouvida pelo site, Furlan tem se notabilizado em surfar no sucesso das ações desenvolvidas na gestão do ex-prefeito de Macapá e atual governador do Amapá, Clécio Luís, exatamente aquelas que levaram a capital a integrar a mais alta classificação do Mapa do Turismo Brasileiro em 2024. Na opinião deles, Antônio Furlan é um “chupim” da política amapaense, ou seja, deixa seus ovos nos ninhos de outros pássaros para que possam ser chocados, criados e alimentados pelos incautos que acabam cuidando deles como se fossem seus filhotes.

Por conta dessa manobra sorrateira, o chupim acabou virando sinônimo de aproveitador.