Nomeação polêmica de Juliano Del Castilo para a Secretaria de Agricultura busca aplacar mágoa de João Capiberibe contra Antônio Furlan

Por Redação 

 

O prefeito de Macapá, Antônio Furlan (Podemos), nomeou o advogado Juliano Del Castilo para a Secretaria Municipal de Agricultura, apresentando-o na sexta-feira, 01 de março, durante cerimônia no auditório da Fundação Municipal de Cultura (Fumcult). Del Castilo tem uma trajetória política intrinsecamente ligada ao clã Capiberibe, capitaneado pelo ex-senador João Alberto Capiberibe, presidente do Partido Socialista Brasileiro no Amapá, a quem o novo titular da Agricultura deve toda sua formação ideológica.


Mas o babalorixá do PSB local não compareceu à solenidade para prestigiar a posse do afilhado de longas datas, cuja missão principal, como mais recente integrante do primeiro escalão do executivo municipal, será manter o velho cacique informado sobre as manobras perpetradas nos subterrâneos da gestão Antônio Furlan.
Juliano Del Castilo sempre esteve envolvido nas atividades políticas da família Capiberibe, apoiando e defendendo as ideias e projetos de seus líderes. O parentesco (ele é sobrinho de Janete e João Capiberibe) sempre pavimentou esse sentimento de lealdade, o que levanta questionamentos sobre sua imparcialidade e independência em questões político-administrativas enquanto secretário de Agricultura. 
Contudo, experientes observadores da política amapaense comentam à boca pequena que Del Castilo foi nomeado para agradar o mandachuva do PSB, ainda ressentido com o áudio montado com sua voz “declinando da candidatura ao Senado” na campanha eleitoral de 2022. Na peça fraudulenta, João Capiberibe anuncia sua desistência de concorrer ao cargo de senador, dando a entender que a decisão fora da cúpula do partido como suposta demonstração de apoio à então candidata ao mesmo cargo, médica Rayssa Furlan, primeira-dama de Macapá.
Capiberibe soube depois, por meio de informantes leais, que o áudio doloso de quase um minuto e meio em que desiste da candidatura ao Senado e pede votos para Rayssa foi elaborado nos porões do Palácio Laurindo Banha, sede da Prefeitura de Macapá. A tramoia, conforme os delatores, foi perpetrada com a anuência de Antônio Furlan, segundo fontes consultadas pelo portal REGIÃO NORTE NOTÍCIAS. 
Desde o episódio, João Capiberibe se afastou de Antônio Furlan, e passou a evitar qualquer tipo de contato. Conforme proeminentes do PSB-AP, a decisão soou mais como medida de higiene política.
Com a nomeação do fiel-escudeiro dos Capiberibe, Antônio Furlan planeja reconstruir a mesma aliança de 2020 que o catapultou à condição de prefeito após disputa acirrada com o empresário Josiel Alcolumbre. Para vencer o concorrente, Furlan costurou uma série de tratativas com grupos políticos de tendências controversas, prometendo aos seus representantes naquela ocasião, amplo loteamento de cargos imediatamente após a posse.
Cumpriu a promessa pela metade.
Quando assumiu a PMM, em janeiro de 2021, Furlan nomeou alguns apoiadores da campanha para secretarias relevantes, como foi o caso da odontóloga Patrícia Ferraz, que assumiu a Secretaria Municipal de Assistência Social, mas depois se desentendeu com o chefe e acabou fora do governo municipal.
Mesmo destino tiveram outros apoiadores.
Astuto como uma surucucu pico de jaca, João Alberto Capiberibe manteve-se à distância do confrade recém-eleito após perceber que Antônio Furlan não era confiável. O ex-senador tratou de se afastar, evitando colar sua imagem à do prefeito de Macapá. Ele sabia que qualquer associação com Furlan poderia manchar sua reputação e comprometer sua trajetória política.
“João Capiberibe é um político experiente e sabe da importância de manter uma imagem limpa e transparente perante seus eleitores. Por isso, preferiu se distanciar de Antônio Furlan e evitar qualquer ligação que pudesse prejudicá-lo no futuro. A decisão foi estratégica e demonstrou sua habilidade em tomar decisões políticas inteligentes para proteger seu próprio nome e legado”, comentou a fonte ouvida pelo site.