Lideres religiosos repudiam fake news produzidos e divulgados por apoiadores de Jaime Nunes
Por Richard Duarte
Uma nota assinada pelos pastor presidente da Igreja Evangélica Assembleia de Deus a Pioneira (IEADP), reverendo doutor Oton Miranda de Alencar, e avalizada pelo presidente em exercício pastor Iaci Pelaes dos Reis e pastor Rodrigo Lima Júnior, repudia, com veemência, o uso criminoso de vídeo gravado sem autorização de reunião institucional entre as lideranças da organização religiosa e o candidato ao governo pelo Solidariedade, Clécio Luís, e o candidato à reeleição ao Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil).
Conforme a declaração, produzida e divulgada na sexta-feria, 29 de julho, imagens e vídeo do encontro reservado entre os religiosos e os dois políticos estão circulando descontextualizados nas redes sociais de supostos apoiadores da candidatura ao governo do empresário bolsonarista Jaime Nunes (PSD). "Por isso, estamos manifestando nosso repúdio em relação a estas postagens", assinala os afiançadores do documento.
Realizado no dia 20 de julho, na residência de Oton de Alencar, o encontro oficializou a declaração de apoio da Igreja Evangélica Assembleia de Deus a Pioneira às duas candidaturas. Para os religiosos, possivelmente esta manifestação tenha sido a causa de tanto veneno destilado nas redes sociais. O propósito das fake news seria questionar, e desqualificar, a participação da IEADP na campanha eleitoral dos dois líderes políticos.
A nota abjura o ato criminoso perpetrado por disseminadores de mentiras, e deixa subentendido que provavelmente eles desconheçam que desde a década de 1960, com o movimento "Brasil para Cristo", os líderes e fiéis religiosos vêm provando que entenderam a importância da representatividade na política. Com o crescimento vertiginoso da população que se declara cristã evangélica nas últimas décadas, conseguiram instituir no Congresso Nacional uma sólida e influente bancada.
A Justiça Eleitoral dispõe, na Resolução n.º 23.610/2019, todos os mecanismos de punição para quem divulgar e compartilhar informações falsas, deturpadas ou fora do contexto. Consoante o entendimento dos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), fake news é "quaisquer notícias e informações falsas ou mentirosas compartilhadas como se fossem reais e verdadeiras, divulgadas em contextos virtuais, especialmente em redes sociais ou em aplicativos para compartilhamento de mensagens”.
"A Assembleia de Deus, por meio de sua presidência, repudia veementemente a manipulação das informações e as postagens maldosas em redes sociais acerca da reunião em pauta", assinalam os pastores.
O candidato ao governo Clécio Luís divulgou mensagem em sua rede social pedindo para a "(...) indústria milionária do fake news do candidato do poder econômico [referindo-se ao dono do Grupo Domestilar, conhecido especulador imobiliário e latifundiário urbano] que parem com as mentiras. Defender o candidato que paga a conta de vocês não tem nenhum problema. Democracia é isso. Mas inventar e propagar fake news é crime."