Propina e crime organizado: Em 24h duas operações da Polícia Federal envolveram gestores da Prefeitura de Macapá

Propina e crime organizado: Em 24h duas operações da Polícia Federal envolveram gestores da Prefeitura de Macapá

Por Redação 

 

Escândalos de corrupção e envolvimento com facção criminosa, em 24 horas operações da Polícia Federal (PF) tiveram como alvos gestores do primeiro escalão e agentes de confiança do prefeito Furlan, em Macapá. As ações, que completam uma semana, foram deflagradas a pedido Justiça e do Ministério Público Federal, nos dias 19 e 20 de setembro, e seguem em apuração. 

 

Na primeira, denominada Plattea, a investigação da PF apura um esquema de propina paga pela empresa que assumiu a execução da obra da Praça Jaci Barata Jucá, orçada em mais de RS 10 milhões, inaugurada em junho, com o projeto original modificado. Neste caso, agentes políticos de Macapá, como o secretário de Obras, Cássio Cruz, que segue mantido no cargo com apoio de Furlan, é um dos principais investigados.

 

A estimativa é que mais de R$ 500 mil, desviados dos cofres públicos, podem ter sido distribuídos indevidamente em propinas iniciais de 5% e posteriormente de 20%. Na operação, 10 mandados de busca e apreensão foram cumpridos, sendo um na residência no gabinete e na residência do prefeito Furlan, além da Secretaria Municipal de Obras e outros alvos em Macapá e Santana.

 

Na outra operação, batizada de Herodes pela Polícia Federal, os principais investigados ostentam prestígio junto à gestão política e da campanha à reeleição do prefeito Furlan. Como Jesaias Silva da Silva, o “Jesa”, que ostentava o cargo de subsecretário da Zeladoria Urbana de Macapá e o candidato a vereador, Luanderson Alves, conhecido como “Caçula”. 

 

Segundo as investigações, Jesa, que foi preso pela Polícia Federal e está recolhido no Instituto de Administração Penitenciária (Iapen) e, Caçula, que segue foragido, estavam agindo com apoio de uma facção criminosa, que pratica os crimes de tráfico de drogas e homicídios, no financiamento de campanha eleitoral e coação de eleitores, como no Conjunto Macapaba, com a intenção de garantir votos e eleger seus indicados e apoiadores.     

 

Nesta ação, foram expedidos 17 mandados de busca e apreensão e seis de prisão, para cumprimento em Macapá e Santana. A investigação tem o objetivo de esclarecer todas as suspeitas e garantir eleições limpas e democráticas, assegurando o direito de escolha do cidadão. 

 

Os investigados na operação Plattea, podem responder por crimes de organização criminosa, corrupção ativa, corrupção passiva, concussão e lavagem de dinheiro. Já na operação Herodes, os crimes são de coação eleitoral, compra de votos, tráfico de drogas, lavagem de capitais e organização criminosa.