Pedro Filé fala sobre projeto de criação do auxílio-uniforme para os estudantes amapaenses, caso seja eleito deputado estadual
Por Richard Duarte
Parte II
Em março passado, dados divulgados pelo Ministério da Economia expuseram um drama social devastador: 41,8% da população de 18 a 24 anos estava no grupo dos subutilizados — ou seja, estão desempregados ou desistiram de procurar emprego. Em bom português, a taxa de desemprego na parcela mais jovem continua maior do que a média geral da população. O reflexo dessa constatação, afirmam especialistas, poderá ser sentido anos mais tarde, na manutenção da previdência social.
Esta realidade desanimadora é a principal preocupação de Pedro Filé, ex-secretário da Juventude e pré-candidato a deputado estadual pelo PDT. Buscar ou criar soluções para este problema figura no topo de sua lista de prioridades no exercício de seu futuro mandato no parlamento estadual. No entendimento dele, é preciso investir na qualificação profissional dos jovens amapaenses, garantindo o acesso ao primeiro emprego. "Quando fui secretário, todos os servidores da secretaria eram jovens. Este é um dos caminhos viáveis para reduzir essas estatísticas. Por que não criar uma lei reservando dez por cento dos cargos comissionados dos governos estadual e municipal para este segmento?"
Pedro Filé conhece bem as dificuldades enfrentadas por quem está no começo da carreira e tenta entrar no mercado de trabalho. Para amenizar este sofrimento, o pré-candidato cita o "Amapá Jovem", um programa criado para viabilizar ao público de 15 a 29 anos acesso ao primeiro emprego. "Considero o 'Amapá Jovem' como política consolidade por afertar atividades de capacitação, lazer e empreendedorismo à juventude do meu estado", assinala Filé.
O pré-candidato igualmente aponta as dificuldades econômicas que atingem boa parte das famílias como responsáveis pelo drama vivenciado pela juventude. "Sem dinheiro, não tem como ter uma boa alimentação, pagar o transporte público, comprar o uniforme. Imagine um estudante que não consegue entrar na escola porque não tem uniforme? Uma das minhas propostas é criar o auxílio-uniforme (assim como tem o auxílio-farda, beneficiando os policiais, o auxílio-jaleco, para os enfermeiros) também quero criar um instrumento para beneficiar milhares de estudantes em situação de vulnerabilidade", anuncia, explicando em seguida que não pretende mudar o que já é direito constituído. "Eu não estou querendo tirar deles, não. Só estou dizendo que a base legal que assegura essas conquistas, é a mesma base legal que pode amparar a juventude. Veja bem, existem centenas de meninos e meninas que não frequentam as escolas porque não têm R$ 50 para comprar um uniforme. E sem uniforme, o aluno é barrado no portão da escola."
Pedro Filé refere-se a casos recentes ocorridos em escolas públicas do Amapá com alunos que foram impedidos de entrar nas instituições porque estavam com roupas comuns ou calçavam chinelos. "Entendo a importância do uso do uniforme no ambiente escolar, é útil para identificar e dar mais segurança aos estudantes", explica o ex-secretário da Juventude, ressaltando que, além do auxílio-uniforme, esboça um projeto social que também atenda as necessidades dos universitários amapaenses. "Uma espécie de auxílio-universitário, recurso que pode ser usado na aquisição de apostilas, livros acadêmicos, notebook", diz.
Outro pré-projeto acalentado por Filé é levar a universidade para Santana. "Desde quando me entendo por gente, Santana vem a reboque de Macapá. Está na hora acabar com isso", conclama. Entende ter chegado o momento da Universidade Federal do Amapá instalar um campus no município distante 21 quilômetros da capital amapaense. "Conheço jovens residentes em Santana que deixam de frequentar a universidade porque precisam trabalhar para ajudar na renda da família e, fazer o percurso Santana/Macapá/Santana é extenuante para eles", relata.