Patrícia Ferraz, Gilvam Borges e João Capiberibe são deixados de lado pelo projeto familiar do Prefeito Antônio Furlan.

Patrícia Ferraz, Gilvam Borges e João Capiberibe são deixados de lado pelo projeto familiar do Prefeito Antônio Furlan.

 Por Richard Duarte 

 

Importantes aliados do prefeito de Macapá, Antônio Furlan (Cidadania), nas eleições municipais de 2020, os ex-senadores João Capiberibe (PSB) e Gilvam Borges (MDB), e a ex-secretária de Ação Social da Prefeitura de Macapá, odontóloga Patrícia Ferraz (PL), foram sumariamente limados do grupo político criado para dar sustentação política ao chefe do executivo municipal.

Desentendimentos e discordâncias sobre diretrizes anunciadas por Furlan no começo deste ano construíram a ruptura entre o Palácio Laurindo Banha, sede da PMM, e vários políticos de relevante importância para o Amapá.

Patrícia Ferraz, que na última eleição municipal esteve na linha de frente da campanha de Furlan, se afastou do convívio com o prefeito por conta de divergências enquanto ainda atuava na Ação Social. Conforme confidenciou a uma fonte consultada pelo site REGIÃO NORTE NOTÍCIAS, estas foram as causas do rompimento.

Ao deixar a base de apoio, a ex-secretária acusou Antônio Furlan de “navegar no marketing da enganação”, de “traição” e de praticar “estelionato eleitoral”.

Gilvam Borges e o prefeito de Macapá começaram a se estranhar recentemente, nos bastidores da campanha deste ano, logo após a filiação da primeira-dama Rayssa Furlan ao MDB Amapá. As desavenças surgiram quando Rayssa anunciou sua intenção de disputar a única vaga do Estado ao Senado Federal. Mesmo concordando em público, na coxia o cacique emedebista fez duras críticas às pretensões da novata. Furlan reagiu com virulência, deixando a situação praticamente incontornável. 

O presidente estadual do PSB, João Capiberibe, com quem Furlan contou em 2020 para vencer nas urnas seu principal oponente, o empresário Josiel Alcolumbre, mantém sob discrição sua contrariedade em relação às manobras políticas do prefeito em priorizar a candidatura da mulher, descumprindo acordos firmados em conversas reservadas quase dois anos atrás.

Capi contava com o apoio de Antônio Furlan como um dos principais pilares do seu projeto de retorno ao Senado, em 2022. Foi com base nesse pacto de alcova que o pessebista convocou sua militância para unir forças ao então candidato Dr. Furlan, alçando-o a uma vitória consagradora. Após uma disputa acirrada no segundo turno, ele obteve 101.091 votos nas urnas.

Mas Antônio Furlan ignorou o ajuste e mandou o "Velho Capi" às favas. 

Fez o mesmo com o senador Davi Alcolumbre (União Brasil), com quem contou para obter recursos, por meio de emendas, para poder pagar o funcionalismo municipal em dezembro de 2021. Como "agradecimento" pelo empenho do ex-presidente do Senado, Furlan disse à Imprensa que a ação de busca e apreensão realizada dia 29 de julho pela Polícia Federal em sua residência e no seu gabinete na Prefeitura foi uma ação eleitoreira articulada por Alcolumbre.

Na entrevista, o prefeito demonstrou ser adepto do iscariotismo político. Disse que a operação da PF teve o único objetivo de “macular” sua imagem pública e prejudicar a candidatura de sua esposa, Rayssa Furlan, ao Senado Federal.

"Os últimos acontecimentos estão mostrando que Antônio Furlan corre o risco de repetir a trajetória de antigos políticos amapaenses, malsucedidos quando concorreram à reeleição por conta de graves equívocos cometidos no exercício de seus respectivos mandatos. Mesmo que ostentassem bons acervos de realizações como governadores, prefeitos ou deputados não conseguiram retornar aos cargos. Alguns, acabaram cristianizados pelos caciques do seu partido. Este parece ser o destino nada alvissareiro que o Dr. Furlan está construindo para o seu futuro.", analisou o cientista político Amarildo Dantas, pesquisador e professor universitário.