Empresa que divulgou pesquisa favorável à Jaime Nunes, sofreu ação da Polícia Federal por manipular resultados
Por Richard Duarte
Muita gente no Amapá nunca ouvira falar sobre Doxa - Instituto de Pesquisa até a manhã de quarta-feira, 3 de agosto, após a divulgação de pesquisa de intenção de votos com erro no sobrenome de um dos candidatos ao governo do Estado. O equívoco virou piada e despertou a curiosidade popular em relação ao autor do levantamento. Afinal, o que é o Doxa?
Trata-se de uma pequena empresa instalada em um imóvel térreo localizado na rua Rodrigues Caldas, 726, bairro de Santo Agostinho, em Belo Horizonte (MG), exclusivamente voltada para realização de pesquisas eleitorais. Devido a denúncias de suposta manipulação de resultados, teve a credibilidade comprometida e ainda hoje questionada.
Em 2018, o Doxa chegou a ser investigado pela Polícia Federal no Estado do Pará por antecipar resultado de amostragens sem o conhecimento da Justiça Eleitoral. Tanto que no dia 27 de outubro, o G1 Pará publicou ampla reportagem sobre o assunto intitulada "PF apreende material no Instituto Doxa após divulgação de pesquisa eleitoral".
O escândalo mais recente protagonizado pelo Doxa está em andamento no Amapá. A divulgação do levantamento apontando o empresário bolsonarista Jaime Nunes, candidato ao governo pelo PSD, com percentuais superdimensionados vem sendo bastante questionada. Mais ainda pela empresa ter trocado o sobrenome de Clécio Luís, ex-prefeito de Macapá e candidato ao governo do Estado pelo Solidariedade, principal concorrente de Jaime na corrida pelo Palácio do Setentrião.
Em vez do tradicional Luís, o Doxa maculou Clécio sobrepondo-lhe a alcunha de Nunes. O vacilo não passou despercebido.
Importante ressaltar, assinala o estatístico Aldemar Sousa, "se pesquisas definissem eleição, não precisaríamos votar. A máxima ajuda a separar o que é intenção de voto do que é o resultado de uma eleição". De acordo com Sousa, não surpreende que os dados coletados nos levantamentos apresentem resultados diferentes do que se efetiva na urna. Daí porque o assunto sempre foi polêmico.