Gesto de grandeza de Lucas Abraão ao anunciar que não será mais candidato ao Governo do Amapá

Gesto de grandeza de Lucas Abraão ao anunciar que não será mais candidato ao Governo do Amapá

Por Richard Duarte

Manobra típica de gangsterismo político lançada pela equipe de Comunicação do empresário bolsonarista Jaime Nunes, vice-governador e pré-candidato ao governo pelo PSD, provocou constrangimentos e deixou exposta a estratégia transversa que passa a ser implementada pelo aspirante a governador do Amapá contra seu principal oponente, o ex-prefeito de Macapá, Clécio Luís, pré-candidato ao governo pelo Solidariedade.

Lucas Abrahão, suplente de deputado federal e, até recentemente pré-candidato ao governo do Amapá pela REDE, lastreado pelo senador Randolfe Rodrigues (REDE), foi o primeiro alvo da "máquina de mentiras" que começa a ser movimentada por "nunistas" para disseminar fake news, inocular peçonha e provocar cizânia. Os ataques contra a pré-candidatura de Abrahão começaram na manhã de sexta-feira, 24 de junho, com a veiculação, nas redes sociais, de texto e imagem atacando  o ex-secretário de Desenvolvimento Econômico e Assistência Social de Macapá, por sua  desistência de disputar o governo "porque havia se vendido" por apoio a Clécio.

Em resposta à vilania produzida pela equipe de Jaime Nunes, o ex-pré-candidato ao governo do Amapá pela REDE gravou vídeo denunciando o ato de iscariotismo político e enfatizando, com um tom de voz elevado, que a acusação carece de credibilidade. "Não tem como a gente se vender. A gente não tem preço, a gente tem valor. E ssa ideia de achar que todo mundo se vende é o pensamento de quem acha que pode comprar todo mundo. Inclusive, fake news é bem condizente com o [pré-] candidato que apoia Bolsonaro e o bolsonarismo."

A trajetória de Lucas Abrahão no cenário político amapaense vem sendo comparada com outra liderança de esquerda, também em ascendência nacional, a do ex-pré-candidato ao governo de São Paulo e líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos (PSOL). Em março passado, Boulos anunciou, em sua rede social, a desistência da candidatura ao governo. “O momento do Brasil é crítico e exige gestos políticos e generosidade. Depois de muito diálogo com companheiros de partido e analisar o cenário, decidi ser candidato a deputado federal. Defendo a unidade da esquerda para derrotar o bolsonarismo no Brasil e no estado de SP”, escreveu ele.

Pós-graduado em gestão pública, e pós-graduando em Direitos Humanos, Responsabilidade Social e Cidadania Global pela PUC-RS, Lucas Abrahão vem chamando a atenção de integrantes da cúpula de campanha do pré-candidato à Presidência da República, Luís Inácio Lula da Silva (PT). Pela proximidade que tem com o senador Randolfe Rodrigues, coordenador de Lula na Região Norte, Abrahão tem possibilidade, após eleger-se deputado federal, de exercer importantes funções na administração pública. Por conta de seu preparo técnico e liderança política em espiral crescente, poderá até integrar um eventual governo Lula, com indicação, inclusive, para o Ministério da Cidadania.

A exemplo de Guilherme Boulos, na tarde de sábado, 25 de junho, Lucas Abrahão oficializou sua desistência da pré-candidatura ao governo e a intenção em disputar uma vaga na Câmara dos Deputados. Em nota assinada por Randolfe Rodrigues, pelo próprio Abrahão, e pela direção estadual da REDE Sustentabilidade no Amapá, o documento esclarece os motivos da mudança. Em primeiro lugar, assinala, o objetivo principal é eleger Lula no primeiro turno. Depois, priorizar a eleição de deputados estaduais e federais para dar sustentação, no Congresso Nacional, ao futuro governo Lula. Em seguida, para atender determinação de Lula e da presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann que pretende contar com um palanque unificado para salvaguardar a candidatura de Lula no Amapá.